AQUECIMENTO GLOBAL CAUSARÁ AUMENTO DAS CATÁSTROFES NATURAIS
2001-09-13
Apesar das contradições de opiniões e da falta de convergência em alguns estudos, a mudança climática, ou como quer que ela seja chamada, apresenta sinais claros. Segundo Coughlan, basta ver as recentes cheias na Índia, na Inglaterra e no Vietnã e as secas em diversas partes do mundo. As principais causas são a poluição do ar (especialmente pela ação de gases como o dióxido de carbono e o metano), a destruição da camada de ozônio (por substâncias contendo aerossóis como clorofluorcarbono) e a destruição de florestas. Além de cheias e secas, outros efeitos das mudanças climáticas são a perda de biodiversidade, o aumento da radiação ultravioleta, expondo pessoas ao risco de câncer de pele e o aumento do nível do mar, que poderá ser de seis centímetros, nos próximos dez anos, ameaçando especialmente a sobrevivência em ilhas do Pacífico. - Além disso, há o fenômeno da salinização das águas subterrâneas, que afeta o abastecimento de água potavel e a agricultura, acrescenta. Coughlan explica que gases como o dióxido de carbono e o metano, quando se acumulam na atmosfera, bloqueiam a passagem da radiação do espectro solar que vai da faixa do infravermelho ao ultravioleta. Essas radiações, bloqueadas, causam o aumento da temperatura. - O fenômeno do aquecimento global nada mais é do que o aumento da energia cinética no ar, que causa reações como tormentas, tornados e outros tipos de eventos extremos, afirma o cientista. No que diz respeito à degradação da camada de ozônio, que também causa alteração do clima, ele explica que o fenômeno é mais intenso nos pólos, e ainda mais no pólo Sul. A falta de ozônio agrava a exposição aos raios ultravioleta, e isso vem ocorrendo mais na África do Sul e na América do Sul, assinala Coughlan. Sobre a relação entre os fenômenos El Niño e La Niña com a mudança climática, o cientista afirma que os pesquisadores ainda não conhecem os efeitos da poluição do ar e da degradação das florestas sobre essas ocorrências. - Nós não sabemos com detalhes se El Niño e La Niña aumentarão em intensidade ou em frequência, mas sabemos que estão sendo afetados, de alguma forma, por todos esses problemas ambientais, assinala. A Organização Meteorológica Mundial, criada em 1873, mas que passou a ter esse status em 23 de março de 1950, tem 185 membros no mundo e atua com uma estrutura de nove satélites, 3 mil aviões, 7,3 mil navios, 700 barcos e 10 mil estações meteorológicas terrestres.