Comissão faz proposta para acabar com poluição sonora em Santa Maria
2005-10-04
Está sobre a mesa do prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira uma proposta que pode mudar radicalmente o panorama urbano de Santa Maria.
Reunido há já dois meses, o grupo que integra a Comissão de Proteção à Paisagem do
Município (CPPM), nomeada em junho passado, conforme determina o Código de Posturas
do Município (Lei Complementar 003/2003), enviou ao Executivo a proposição que
proíbe a utilização ou funcionamento de qualquer equipamento sonoro, fixo ou móvel,
como meio de propaganda ou publicidade, nos logradouros públicos. A medida atinge
diretamente os carros, motocicletas e até bicicletas de som que proliferam pela
cidade.
Na mesma proposta, quer-se vetar o uso de equipamentos sonoros em veículos de
empresas de distribuição e comercialização de gás. E também pretende proibir-se as
caixas de som em estabelecimentos comerciais, voltadas para fora, em direção aos
logradouros públicos.
No primeiro caso, os afetados são óbvios - as empresas que, toda hora e a qualquer
hora, passam pelas ruas da cidade com música a anunciá-las. No segundo, o que a
comissão afeta são as lojas comerciais do centro (mas não só) que se transformam em
programas de auditório, na tentativa de chamar o público para o seu interior.
Da CCPM fazem parte, como manda a lei, cinco secretários - Paulo Ceccim, de Turismo
e Eventos, que a coordena; Carlos Félix, de Trânsito, Transporte e Mobilidade
Urbana; Altamir Campos, Obras e Serviços Urbanos; Heitor Peretti, Proteção Ambiental;
e Luciano Ribas, Comunicação Social.
Além do que, realça Ceccim, a poluição sonora provocada por esse tipo de
serviço agride o direito de privacidade dos cidadãos que, em seus lares ou
locais de trabalho não podem simplesmente mudar de estação ou de canal, como é
possível fazer no aparelho de rádio ou televisão.
Ele se refere aos caminhões, automóveis, motocicletas e até bicicletas que
propagandeiam produtos e serviços os mais diversos. Mas o raciocínio, diz, vale
também para as empresas que distribuem e comercializam gás, que fazem de uma música
já característica o aviso de que estão chegando, incomodando o cidadão.
Em relação aos estabelecimentos comerciais, estes não poderão mais fazer a
divulgação de produtos ou serviços através de caixas de som voltadas para as
calçadas, ou mesmo se utilizar de locutores para atingir o mesmo objetivo. O som
deve ser restrito ao estabelecimento, em direção ao interior, e não para a via
pública, afirma Paulo Ceccim, que coordena a Comissão de Proteção à Paisagem do
Município.
Acredita Ceccim que, como é o entendimento da CPPM, o direito do cidadão comum tem
que ser preservado acima de tudo. E vai nessa direção a proposta enviada ao
prefeito Valdeci Oliveira. (A Razão, 03/10)