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2005-10-03
Pesquisador da Universidade de Melbourne, na Austrália, o brasileiro Alexandre Bernardes Pezza acaba de produzir um dos estudos mais detalhados sobre o furacão Catarina, publicado na revista Geophysical Research Letters. Elaborado em parceria com o colega Ian Simmonds, o trabalho aponta ventos fracos nas altas camadas da atmosfera como fator-chave na formação do furacão que varreu o Litoral Sul do Estado e a cidade de Torres (RS) em março de 2004.

Pezza alerta: em um cenário de aquecimento global, as condições que produziram o Catarina podem se repetir. Nesta entrevista, concedida por e-mail, o doutor em Ciências Atmosféricas pela USP comenta seus estudos.

Agência RBS - O que foi exatamente o Catarina?

Alexandre Bernardes Pezza - O Catarina é um marco na meteorologia mundial. Um ano e meio depois, continuam ocorrendo discussões acirradas na comunidade científica internacional sobre sua natureza. O nosso trabalho mostrou que o Catarina foi o primeiro caso documentado de furacão sobre as águas do Oceano Atlântico em todo o Hemisfério Sul e que ele se originou como um ciclone extratropical associado a uma frente fria, de forma similar aos casos comuns de ciclones na costa da Região Sul. Entretanto, devido a uma combinação envolvendo vento muito fraco nas altas camadas da atmosfera persistindo por vários dias, devido ao que os pesquisadores chamam de bloqueio atmosférico, o ciclone inicial adquiriu propriedades de ciclone tropical - posteriormente classificado como furacão.

Agência - É possível afirmar com segurança que mudanças climáticas geram esses fenômenos que temos visto com mais freqüência no Sul?

Pezza - Não. Até o momento não se pode afirmar com certeza que um possível aumento no número de tornados no Sul e o furacão Catarina tenham sido provocados por mudanças climáticas. Nosso trabalho com o grupo de pesquisadores da Universidade de Melbourne sugere que essa possibilidade não pode ser descartada, especialmente no caso do Catarina.

Agência- Por que esses fenômenos estão ocorrendo no Sul?

Pezza - O Sul do Brasil é sujeito a uma grande variabilidade climática e, em particular, à formação de tempestades. Isso se deve à localização numa zona climática de transição. A região recebe a influência de massas de ar muito frias e secas da Patagônia e de massas de ar muito quentes e úmidas do Brasil central, facilitando o choque térmico e a formação de tempestades severas, até tornados.

Agência - É possível prever a freqüência dos tornados e furacões?

Pezza - Infelizmente, não. Mas a ocorrência de novos furacões não pode ser descartada. Existe uma série de pesquisas para outras regiões do planeta apontando para a possibilidade do aumento do número de furacões intensos devido ao aquecimento. As águas do mar não estavam excepcionalmente quentes no Catarina, mas nossos resultados sugerem que mudanças climáticas possivelmente associadas a esse fenômeno único não estão necessariamente ligadas só à água do mar, mas ao padrão de ventos na alta atmosfera, que parece ter sido alterado nas últimas décadas. (Diário Catarinense, 03/10)

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