Prefeitura de Porto Alegre lança projeto para despoluir o Arrroio Dilúvio
2005-10-03
Ferida aberta na Avenida Ipiranga, uma das principais da Capital, o degradado Arroio
Dilúvio está no alvo de um ambisioso projeto de despoluição.
Sabendo do tamanho do problema e das frustradas tentativas de resolvê-lo, a
prefeitura trata a questão com cautela semelhante à do discurso de jogador de
futebol: respeitando a força do adversário, mas sendo possível vencer a partida.
Oprojeto Pró-Dilúvio foi lançado no sábado (01/10), às 8h30min, no 1° Seminário
Arroio Dilúvio, no prédio 40 da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS).
A idéia é minimizar a entrada de esgoto cloacal (resultante de banheiro e cozinha de
casas) no arroio, revitalizar o entorno e desenvolver educação ambiental em escolas
e com moradores.
A esperança da prefeitura está em uma mobilização da sociedade, com a parceria de
empresas. Mas enquanto não chega nessa fase, o Pró-Dilúvio ataca uma distorção
perigosa para o ambiente: a ida de esgoto cloacal para o arroio, que deveria receber
apenas o pluvial (resultante da água da chuva e de lavagens de pátios e ruas).
Três equipes estão visitando residências e comércios dos bairros Santa Cecília, Bela
Vista, Petrópolis e Rio Branco para identificar se há problemas na canalização
nessas regiões. A dificuldade do trabalho faz a prefeitura não estabelecer prazo
nem metas para projeto. Nessa área, segundo o diretor-geral do Departamento Municipal
de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser, será necessário investir R$ 3 milhões para
a recuperação de canalizações.
Outra obra, em fase de licenciamento ambiental, será a extensão dos dutos paralelos
ao Dilúvio que coletam apenas o esgoto cloacal. Grande parte já está instalada. O
trecho que falta - da Avenida Elias Cirne Lima até o limite com Viamão - deve ser
licitado no próximo ano, com custo de mais R$ 3 milhões.
- Parcerias serão fundamentais, porque também queremos revitalizar o entorno do
arroio. A PUCRS será nossa primeira parceira, adotando a área próxima dela-, diz o
secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Beto Moesch. (ZH, 01/10)