Exploração de petróleo colide com a questão ambiental no Alasca
2005-10-03
Os 217 mil acres de águas levadas pelo vento, que banham a tundra no Norte do Alasca separam o Lago Teshekpuk do Mar Beaufort, sendo lar para 50 mil a 90 mil pássaros migratórios. Este canto da Reserva Nacional de Petróleo do Alasca abriga também uma farta reserva de petróleo.
Da presidência de Ronald Reagan, passando pela de Bill Clinton, as administrações federais sempre colocaram o habitat dos pássaros fora dos limites do desenvolvimento da indústria de petróleo. Mas depois que geólogos, em 2002, quadruplicaram suas estimativas de quantidade de petróleo disponível na região, a administração Bush propôs colocar toda a área para leasing por grandes companhias de gás e petróleo.
Isto causou um debate forçado sobre se as novas tecnologias podem permitir à vida selvagem coexistir com a exploração de petróleo. Entre os modelos ou padrões de terra e água, a questão é particularmente sensível porque trata-se de um local onde aves migratórias e outras espécies anualmente fazem abrigos, ficando até seis semanas sem levantar vôo. A questão agora é como o Congresso vai votar, neste outono, sobre a exploração de petróleo na região do leste de Teshekpuk, no Refúgio da Vida Selvagem do Alasca.
O diretor do Departamento de Gestão de Terras do Alasca, Henri Bisson, acredita que o leasing para a exploração de petróleo em Teshekpuk deve levar em consideração o balanço entre as questões energéticas, referentes à necessidade de exploração, e as questões de preservação ambiental. –Se sempre tivesse havido algum tipo de desenvolvimento aqui, teríamos desenvolvido um tipo de estratégia para o desenvolvimento–, assinala.
Mas para Stan Senner, diretor executivo executive da Adubon Alas–as companhias de petróleo e as pessoas que promovem o desenvolvimento do petróleo irão onde ele estiver–.
A quantidade de óleo naquele canto do norte dos Estados Unidos é uma questão de especulação profissional. Em 2002, a Pesquisa Geológica dos Estados Unidos estimou que houvesse lá 9,3 bilhões de barris, menos do que os 7,u bilhões existentes no Refúgio Nacional do Ártico. O petróleo está concentrado e, segundo os geólogos, uma das maiores reservas está em Teshekpuk.
As duas corporações que mostram mais interesse na exploração local são a ConocoPhillips e a British Petroleum, sucessoras das companhis que construíram um duto na região, além do complexo industrial Prudhoe Bay. O relatório anual da ConocoPhillips de 2005 mostra um terceiro ano de declínio nas suas reservas de petróleo no Alasca. A companhia é dona de 78% da Alpine, unidade de produção de petróleo perto de Teshekpuk. Com sua parceira, Anadarko, uma pequena empresa com sede em Oklahoma, tem pressionado pela abertura da exploração em Teshekpuk. (NY Times, 2/10)