Pai da Soja visita Passo Fundo
2005-10-03
Para divulgar uma parceria entre a Apassul, Fundação MT/TMG Tropical Melhoramento
Genético e Relmo Genética, da Argentina, o pesquisador Romeu Kihil, mais conhecido
como Pai da Soja, esteve em Passo Fundo por dois dias.
As variedades de soja transgênica RR desenvolvidas pela Relmo já são utilizadas no
Brasil. Chegaram aqui em meados de 1997 e foram plantadas ilegalmente no país. – A
idéia é fazer uma parceria para viabilizar o plantio oficial das cultivares que já
estão sendo plantadas extra-oficialmente. Para isso, a parceria viabilizaria uma
obtenção de dados que permitirá às empresas descobrirem quais as melhores
alternativas para as variedades da Relmo no Rio Grande do Sul-, explica.
Quanto à soja transgênica crioula, o pesquisador afirma que ela pode não apresentar
problemas. Kihil observa que quando a soja transgênica é desenvolvida, a primeira
semente é feita pelo melhorista, que procura manter toda a pureza para que o
agricultor plante o que ele testou. – O ideal é que se estabeleça um sistema de
controle de geração. É inexorável que ocorram mutações nessas sementes, aparecendo
muitas vezes sementes pretas ou marrons. No sistema de controle genético esse
problema é eliminado-, salienta.
Conforme Kihil, da biotecnologia pode-se esperar de tudo, não somente inovações que
tragam lucro aos produtores, mas que melhorem a qualidade de vida de toda a
população. Esse é o caso da soja transgênica enriquecida com Omega 3 e hormônio do
crescimento. A primeira trabalha na prevenção de problemas cardíacos e a outra ajuda
o ser humano a envelhecer com uma maior qualidade de vida. – Os avanços na
biotecnologia estão nos permitindo a imaginar o inimaginável-, comemora o
pesquisador.
O título de Pai da Soja, foi dado a Kihil no final dos anos 60, quando, depois de
intensas pesquisas conseguiu realizar melhoramento genéticos que oportunizaram o
plantio da soja nos trópicos brasileiros. Anterior a isso, a cultura ficava restrita
a regiões com clima mais ameno, como o sul do país.
Aos 63 anos, o Pai da Soja é incansável. Ele espera trabalhar ativamente até os 83
anos. Atualmente, Kihil dedica 90% do seu tempo no desenvolvimento de variedades
resistentes a uma das grandes pragas das lavouras mundiais, a ferrugem asiática. –
Acredito que estou no caminho certo. Impus metas na minha vida e uma delas é frear o
desenvolvimento da ferrugem-, destaca. (O Nacional, 30/09)