(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-09-30
Onça-pintada e fazendeiros estão fazendo as pazes no Pantanal. Graças ao projeto de uma organização não-governamental, os felinos predadores e seus caçadores humanos têm convivido em harmonia pelos últimos três anos numa área de mais de 200 mil hectares, composta por 11 fazendas. O preço do armistício é de R$ 300 por boi morto pelos felinos. Desde 2002, a iniciativa já pagou R$ 22.500 em indenizações pela perda de 75 animais.

— A idéia é buscar um modelo de conservação que proteja as onças, mas também beneficie o pecuarista - explica o presidente do Fundo para a Conservação da Onça-Pintada e coordenador do projeto Onça-Social, Leandro Silveira. Ele estima que pelo menos 60 onças são mortas por ano no Pantanal em retaliação pela predação de gado.

— Estamos tentando resolver um conflito histórico.

Cerca de 99% do Pantanal está na mão de particulares, o que torna a parceria com os proprietários imprescindível para qualquer esforço de conservação, completa o biólogo.

Mais de 80% das indenizações foram pagas a uma única fazenda: a Santa Sophia, de 34 mil hectares, famosa pelo seu grande número de onças.

— Temos um hábitat muito privilegiado - diz a proprietária, Beatriz Rondon, cuja família está instalada no Pantanal - e convivendo com onças-pintadas - há mais de um século.

— Aqui elas vivem muito bem; são muito lindas e muito gordas.

O cardápio, infelizmente, inclui uma ou duas cabeças de gado por semana, de um rebanho de 3 mil animais. É aí que surge o conflito.

— Adoro onças, mas a gente tem de ter um limite. Como você se sentiria se alguém invadisse sua casa toda semana e roubasse alguns quilos de carne da geladeira?

Até então, a solução era eliminar as onças-problema.

— Não estamos brincando de mentir para ninguém. A caça é proibida, mas não podemos arcar com um prejuízo tão grande - diz a pantaneira. Os R$ 300, segundo ela, não cobrem o custo do animal, mas ajudam a amortizar o prejuízo.

— É uma forma de tornar o convívio aceitável para todo mundo.

Hoje, nas 11 fazendas participantes, é terminantemente proibido matar uma onça. Além de receber as indenizações, os proprietários esperam usar a presença dos animais como atrativo turístico. Seis, pelo menos, já possuem projetos de ecoturismo nesse sentido.

Para que haja indenização, o ataque precisa ser documentado. A carcaça deve ser fotografada e o local do ataque, marcado por GPS. A responsabilidade cabe aos peões das fazendas, que recebem os equipamentos e o treinamento necessários do projeto. Isso evita que a onça seja culpada indevidamente - o que é comum.

— Só pagamos por carcaças que tenham registro e evidência de predação - diz Silveira. O dinheiro é fornecido pela ONG Conservação Internacional.

O projeto, instalado no Refúgio Ecológico Caiman (uma das fazendas participantes, com 53 mil hectares), também possui um braço científico. Os pesquisadores estudam a população de onças-pintadas da região por meio de armadilhas fotográficas e de telemetria. Oito animais já são monitorados semanalmente por meio de radiocolares, e a meta é chegar a 25 no próximo ano.

Pelo lado social, a fundação dá assistência médica e odontológica gratuita três vezes por ano aos funcionários das fazendas, em parceria com a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal. (O Estado de S. Paulo, 29/09)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -