Conselho de ministros espanhol decide quantidade de água a ser trasvasada do Tejo ao Segura
2005-09-30
A situação de extrema seca que sofre a Espanha, a pior dos últimos 120 anos, obrigará o Conselho de Ministros a aprovar um novo envio de água da bacia do Tejo à do Segura, quantidade que provavelmente não irá superar os 69 hectômetros cúbicos que recomendaram os especialistas, 39 deles para abastecimento e 30 para irrigação.
Como já ocorreu no mês de julho, a decisão sobre o volume de trasvase será adotada diretamente pelo governo e não pela Comissão de Exploração do trasvase , que é o órgão que não faz isto habitualmente, a não ser em situações excepcionais de seca, limitando-se a informar o Executivo da situação. Essa comissão remeteu um informativo ao governo no qual assinala que, de acordo com as reservas dos reservatórios de Entrepeñas e Buendíae com as normas de transposição, o volume máximo a trasladar seria de 23 hectômetros por mês,ou seja, de 69 ao trimestre – dos quais 39 seriam destinados ao abastecimento e 30 à irrigação.
Contudo, o diretor-geral do Departamento de Água, Jaime Palop, advertiu que se trata de uma quantidade máxima que será difícil de cumprir já que, se for transposta essa quantidade e dadas as previsões para os próximos meses, poderia-se colocar em risco o abastecimento de 2,5 milhões de pessoas.
Os reservatórios da cabeceira do Tejo, do Entrepeñas e do Buendía, dos quais sai a água para a transposição, estão em situação crítica, com menos de 13% de sua capacidade de água. (El Mundo, 30/9)