Urbanização descaracteriza metrópoles
2005-09-29
O Sindicato Nacional de Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva organizou
um inventário nacional sobre o estado da infra-estrutura urbana nas maiores regiões
metropolitanas do país. O estudo – que começou com a Área Metropolitana de Recife –
revela acentuados níveis de degradação, sobretudo em equipamentos responsáveis pela
drenagem e nas malhas, pontes e viadutos de tráfego intenso.
O trabalho referente ao Grande Recife resulta de um diagnóstico patrocinado pelo
Banco Mundial no ano de 2003 e abrange todos os 14 municípios circunvizinhos da
capital pernambucana. Estima que a falta de manutenção na infra-estrutura urbana
da região já exige investimentos da ordem de R$ 150 milhões para restauração dos
estragos e outros R$ 35 milhões para manter o ritmo a cada ano, corrigidos de
acordo com os preços de 2005.
O quadro exibido pelos diretores do Sinaenco é considerado muito grave. Mas se repete
em São Paulo, Rio, Minas Gerais, Bahia e até no interior do país com igual
intensidade, conforme explica a presidente da instituição, Norma Gebran. Ela disse
que a falta de planejamento para manutenção da infra-estrutura representa um
desperdício de recursos públicos e um grave risco para a segurança das populações
e usuários desses sistemas.
Em plena cidade do Recife, por exemplo, há trechos urbanos da rodovia BR-101 sem
acostamentos e com desníveis de até 40 cm nas margens, detalhes que podem causar
sérios acidentes a qualquer momento. Há viadutos e pontes com ferragens expostas e
oxidadas que podem fazer com que a estrutura desabe em espaço de tempo relativamente
curtos. (GM, 29/09)