Empresas não apresentam projetos de reflorestamento ao Banco do Brasil
2005-09-28
A aplicação de recursos e execução de projetos de reflorestamento em Mato Grosso, por meio do Programa de Conservação da Natureza (Pronatureza), do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), estão sendo inviabilizados no Estado porque as empresas de consultoria e análise não estão apresentando projetos de plantio de eucalipto e teca ao Banco do Brasil.
Embora a Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural (CPACR), da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), tenha aprovado este ano 20 cartas-consultas, no valor de R$ 29,6 milhões, para o plantio de 7.511 hectares dessas espécies em 17 Municípios, apenas um projeto, no valor de R$ 5,2 milhões, foi apresentado ao banco, agente financeiro do FCO no Estado.
Apesar do esforço do Governo em aplicar os recursos disponíveis nos projetos que visem à conservação e à proteção do meio ambiente, bem como a recuperação de áreas degradadas ou alteradas e ao desenvolvimento de atividades sustentáveis, as empresas cadastradas junto ao Banco do Brasil não estão cumprindo a sua parte por motivos ainda não justificáveis.
Em reunião ocorrida na semana passada, o superintendente do Banco do Brasil, Dan Conrado, e o gerente de Agronegócio da instituição bancária, José Alfredo Pinto, comunicaram aos secretários Clóves Vettorato (Desenvolvimento Rural), Alexandre Furlan (Indústria e Comércio), e ao coordenador do FCO Rural em Mato Grosso, Dimas Gomes Neto, que as não contratações estão sendo prejudicadas pela inexistência da apresentação dos projetos.
Pelas normas da Câmara de Política Agrícola, os conselheiros aprovam as cartas-consultas e, em seguida, os projetos dos interessados são elaborados pelas empresas de consultoria e análise florestal, cadastradas junto ao banco, que por sua vez são responsáveis de encaminhá-los à instituição bancária, explicou Gomes Neto.
Além da preservação, os projetos do Pronatureza têm como finalidade apoiar a adaptação dos processos produtivos a tecnologias apropriadas às condições ambientais da região, além de incentivar a recuperação da área de reserva legal, matas ciliares e expansão da atividade orgânica.
Os financiamentos de investimentos, de custeio agrícola e de custeio associado a projeto de investimento, são destinados à reabilitação de áreas degradadas ou em degradação, com a utilização de espécies nativas ou exóticas adaptadas, mediante implantação de sistemas agroflorestais, florestamento e reflorestamento, para fins energéticos e madeireiros, além da implantação de viveiros regionais para fornecimento de mudas.
Mercado
Apontadas como importante alternativa ao desmatamento predatório de florestas nativas, as florestas plantadas, cultivadas há exatos 100 anos no Brasil, consolidam-se cada vez mais como um negócio rentável no país, inclusive com reflexos positivos para a balança comercial brasileira.
Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), o segmento movimentou, no total, US$ 17,5 bilhões em 2004, 3% mais que em 2003 (US$ 17 bilhões). Só as exportações de seus subprodutos renderam US$ 5,8 bilhões e deixaram um superávit de US$ 5 bilhões, com aumentos de quase 30% em relação a 2004 nos dois casos. (Diário de Cuiabá, 27/09)