Morre chimpanzé que seria libertada com habeas corpus
2005-09-28
A chimpanzé Suíça que poderia ser libertada esta semana da sua jaula do zoológico da capital baiana através de habeas corpus, morreu no final da manhã de hoje de causas desconhecidas. A morte revoltou o promotor Heron Santana, da Procuradoria do Meio Ambiente de Salvador, que assinou o pedido de habeas corpus na semana passada, alegando que o animal estava deprimido e não deveria ficar preso numa jaula minúscula.
— Isso é o resultado do descaso e da incompetência dos que dirigem o zoológico - declarou logo depois de ser comunicado da morte.
Ele exigiu que a necropsia da chimpanzé fosse feita na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, dependendo da causa da morte, pretende processar o zoológico caso sejam constatados maus tratos ou negligência.
— Quero apurar as responsabilidades, pois não se pode admitir um absurdo desses, inclusive porque a chimpanzé poderia ser libertada esta semana - disse.
A idéia do promotor era transferir Suíça para o santuário de primatas em Sorocaba onde ela poderia interagir com outros macacos da sua espécie. A chimpanzé estava deprimida há cinco meses, desde a morte do macho Geron, de câncer.
— Quando ele morreu, os tratadores do zôo não souberam do que, só descobriram a doença após a necropsia - disse Santana. A macaca teria se sentido mal após receber comida por volta das 11 horas, morrendo em seguida, o que leva o promotor a suspeitar de que ela tenha sido envenenada. (O Estado de S. Paulo, 27/09)