Não há futuro para café sem agrotóxicos, afirma italiano
2005-09-27
Uma das vozes mais respeitadas da cafeicultura mundial, o italiano Ernesto Illy, da Illycaffè, causou furou ao decretar diante de uma platéia de pesos-pesados da indústria e da produção que o cultivo do café orgânico não tem futuro e que as lavouras de aspecto debilitado se assemelham a verdadeiros campos de concentração.
Falando inglês com sotaque carregado, o empresário disse que o plantio só dá dinheiro para as empresas certificadoras e resulta em uma bebida de péssima qualidade. Não há números oficiais. Estima-se que a produção de cafés orgânicos não passe de 50 mil sacas na Brasil e 150 mil sacas no mundo, principalmente na América Latina, África e Ásia.
As declarações de Illy, feitas durante a 2° Conferência Mundial do Café, em Salvador, injetaram cafeína no ânimo dos participantes e originaram reclamações em swashii, espanhol, vietnamita e nos outros tantos idiomas que circulam pelo evento, que reuniu quase mil representantes do setor cafeeiro de todo o mundo ontem na capital baiana. (GM, 27/9)