Demanda européia por soja convencional deve cair, diz economista
2005-09-27
O mercado consumidor da soja convencional tem a tendência de ser reduzido nos
próximos anos, principalmente nos países que compõem a União Européia. A avaliação
foi feita ontem (26/09) pelo economista inglês Graham Brookes, que está em Porto
Alegre participando do 4º Congresso Brasileiro de Biossegurança, e revela um cenário
positivo para os produtores gaúchos que cultivam transgênicos.
Para Brookes, o custo maior do produtor com as lavouras de soja não modificadas
geneticamente vai ser o principal fator para a mudança de comportamento do mercado
consumidor – que terá que passar a absorver esse valor extra. No entanto, Brookes
disse não crer em uma produção 100% transgênica, já que mesmo nos países em que a
tecnologia é largamente difundida, ainda não há cultivo tradicional.
Ontem (26/09), o economista apresentou os resultados do estudo Lavouras GM,
impactos econômicos e ambientais globais – os primeiros nove anos, de 1996 a
2004, que será lançado em outubro em Londres. Na pesquisa, Brookes apurou que a
soja modificada geneticamente corresponde a 61% da safra mundial do ano passado.
Conforme a análise, teria havido um ganho de US$ 378 milhões em 2004 no Brasil, por
conta da redução de custos com a lavoura transgênica. Brookes não forneceu detalhes
sobre a composição dessa economia, obtida principalmente com menor uso de herbicidas.
Em termos globais, os principais benefícios foram percebidos nos países que adotaram
organismos geneticamente modificados em maior escala, como Estados Unidos, Argentina,
China e Canadá, citou o economista. China e ÍNdia obtiveram maior economia por
hectare com a produção de culturas resistentes a insetos e países em desenvolvimento
como a Romênia, com soja tolerante a glifosato. Brookes estimou uma economia de
aproximadamente US$ 25 por hectare na Argentina com a produção de soja transgênica e
de até US$ 60 no Brasil. As vantagens econômicas da produção transgênica seriam
possíveis mesmo com o pagamento de royalties às proprietárias das patentes
tecnológicas, afirmou o economista. (JC, 27/09)