Parque da Serra do Tabuleiro (SC) é monitorado por satélite
2005-09-26
A Promotoria Temática da Serra do Tabuleiro conta agora com uma poderosa ferramenta para fazer o controle da área protegida pelo parque estadual. A partir da captura de novas imagens de satélites que chegam ao Sistema de Informações Geográficas (SIG), é possível cruzar informações com o banco de dados e até cartórios de registro de imóveis e saber com precisão se a unidade de conservação e os arredores estão sofrendo alguma ação ilegal, como ocupação e desmatamentos. Só neste mês, por causa do programa, foram conseguidos R$ 17 mil em multas e Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta.
— Além de toda a parte de fiscalização e do embasamento técnico e jurídico que o programa nos possibilita, o resultado social é bastante significativo - disse o promotor titular José Eduardo Cardoso. Segundo ele, com a utilização do programa será possível regularizar a situação de cerca de 90% das 14 mil propriedades existentes ao redor do parque.
— Ele atende aos interesses da população e também dos órgãos ambientais - afirmou Cardoso.
O SIG é um equipamento de informática de última geração no qual roda um programa que recebe imagens de satélite de alta resolução. Foi comprado por cerca de R$ 115 mil da empresa VisãoGeo. O pacote incluiu também levantamentos georeferenciados e hortoidentificados, cadastro de campo e treinamento dos funcionários da Promotoria. O objetivo é ter a atualização de informações do satélite a cada dois meses.
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior unidade de conservação ambiental de Santa Catarina, ocupando cerca de 1% do território do Estado. Foi criado em 1975 e abrange áreas de nove municípios: Florianópolis (extremo Sul da Ilha), Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Garopaba e Paulo Lopes. Ele se estende também às ilhas de Fortaleza/Araçatuba, Andrade, Papagaio Pequeno, Três Irmãs, Moleques do Sul, Siriú, Coral e dos Cardos. A sede do parque fica a 40 quilômetros da Capital em direção ao Sul do Estado, nas margens da BR-101.
O parque tem vegetação variada e reúne cinco das seis composições botânicas do Estado. Começa no litoral, com a paisagem de restinga, e sobe a serra, alcançando o planalto em meio à vegetação de pinhais. No trajeto aparecem a floresta pluvial da encosta atlântica, a vegetação da matinha nebular e os campos de altitude da chapada da serra. Os rios da região são responsáveis pelo abastecimento de água potável da Grande Florianópolis. (A Notícia, 24/09)