(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-09-26
Pesquisadores da União Mundial para a Natureza (UICN) apontaram o Brasil como detentor de 110 espécies de anfíbios ameaçadas de extinção, mas especialistas brasileiros reivindicam a inclusão de somente 24. A discrepância se deve em parte à adição, na lista internacional, de espécies que contam com pouca informação científica.

— Muitos dos animais que eles dizem estarem ameaçados são, na nossa experiência, muito comuns - afirma Célio Haddad, do departamento de Zoologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro. A controvérsia foi publicada na edição de hoje da revista científica Science.

Um levantamento oficial das espécies ameaçadas no Brasil foi promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e coordenado pela Fundação Biodiversitas, o que resultou na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Sugestões de 18 especialistas foram analisadas por um grupo coordenado por Haddad. Ao invés de utilizar essa lista, a Avaliação Global de Anfíbios (GAA, sigla em inglês) promoveu outro encontro de especialistas brasileiros, chegando a uma outra relação de animais ameaçados que difere da lista nacional.

A partir deste levantamento, outras alterações foram feitas para garantir a coerência de critérios entre os bancos de dados das diferentes regiões e que resultariam na análise publicada por Simon Stuart e colaboradores no final de 2004 na Science (306, no 5702).

Segundo os critérios da UICN, quando uma espécie tem distribuição circunscrita ou não é encontrada por um longo período, ela pode ser classificada como ameaçada. Na Mata Atlântica é comum acreditar que os anfíbios estão intrinsecamente ameaçados, visto que foram coletados em áreas restritas e 92% do bioma já foi destruído.

No entanto, Haddad diz que a maior diversidade biológica se concentra em áreas mais acidentadas, menos adequadas à ocupação humana. Além disso, a adaptação dos anfíbios a microclimas específicos não significa que sua distribuição seja restrita, pois uma espécie pode ocorrer em diversas áreas, desde que se procure no ambiente adequado.

A preocupação específica com extinção de anfíbios é justificada, uma vez que esses animais são considerados indicadores biológicos de áreas a serem preservadas. No Brasil eles causam preocupação, pois sua diversidade é alta, sobretudo na Mata Atlântica, onde há altos índices de endemismo (espécies restritas ao bioma).

Stuart explica que há duas perspectivas possíveis ao definir-se espécies ameaçadas: uma baseada em evidência e outra em precaução. A primeira estratégia, que só inclui na lista espécies para a qual se tenha informações claras sobre seu estado de conservação, corre o risco de omitir espécies que poderiam extinguir-se antes que se detecte seu declínio. Por outro lado, a precaução pode levar ao exagero. Segundo o especialista, a UICN prefere adotar uma atitude de precaução, porém realista.

Embora essa postura seja cautelosa e pode incitar à proteção dessas espécies, os especialistas brasileiros discordam dela. Haddad alerta que a inclusão de espécies em listas vermelhas não pode ser feita às cegas, pois sua aparente escassez reflete, principalmente, falta de estudo em campo. Um exemplo é a rãzinha-da-praia (Physalaemus atlanticus), na lista de anfíbios ameaçados, mas que é bastante comum ao longo da costa da região Sudeste (de Santos até Parati), tanto em áreas preservadas como alteradas. A espécie só foi descrita em 2004 e o pouco conhecimento científico acabou, de acordo com Haddad, refletindo uma condição irreal de conservação.

De acordo com o especialista brasileiro, a inclusão em listas vermelhas, até agora, não resultou na maior proteção de sapos, rãs e pererecas no país. Novas áreas de proteção não foram criadas na Mata Atlântica apesar do rápido declínio de espécies alardeado pela UICN, e em poucos casos o financiamento de pesquisas é designado ao estudo de animais ameaçados. Um desses casos é o de Cínthia Brasileiro, pesquisadora da Unicamp, que obteve financiamento pela Fundação Biodiversitas para seu estudo da perereca-de-alcatrazes (Scinax alcatraz), que só existe na ilha de Alcatrazes e corre risco de extinção. (ComCiência, 23/09)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -