Justiça determina paralisação das obras da usina de Dardanelos (MT)
2005-09-26
A juíza Aline Luciane Ribeiro Quinto determinou na sexta-feira (23/09) a
paralisação das
obras
da construção da Usina Hidrelétrica na cachoeira Salto
de Dardanelos,
que
fica na cidade de Aripuanã (a 1196 quilômetros de
Cuiabá, no norte de
Mato
Grosso). Ela também suspendeu a audiência pública
realizada no dia 27
de
agosto para discutir a construção da usina, na qual
foi apresentado um
Eia-Rima
repleto de lacunas e com dados questionáveis.
Também foi suspenso o procedimento de licenciamento
junto à Secretaria
Estadual de Meio Ambiente (Sema). Caso descumpram a
ordem, a multa
diária
será de R$ 50 mil reais por dia.
A decisão foi dada devido um ação proposta pelos
promotores de justiça
Kledson Dionísio de Oliveira
e Gersom Barbosa que entraram com uma ação cautelar na
justiça, no dia
26 de
agosto, pedindo o cancelamento da audiência.
A promotoria considerou que o estudo e o relatório de
impacto ambiental
apresentavam diversas irregularidades. Entre elas, a
falta de
informação
sobre a linha de transmissão de energia elétrica, que
segundo dados da
Aneel, iriam iterligar também várias Pequenas Centráis
Hidrelétricas
(PCHS)
da reigão, entre elas 8 PCHS do consórcio Juruena, de
propriedade da
Maggi
Energia, do governador de Mato Grosso, o empresário do
agrobusiness Blairo Maggi.
O pedindo de suspensão de todos os efeitos do Estudo
de Impacto
Ambiental
(EIA) e Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA),
assim como o
cancelamento da audiência pública, proposto pelo MPE
de MT, foi
acolhido na
sexta-feira na íntegra, pela magistrada de Aripuanã.
Ao menos enquanto nenhuma das empreiteiras - Odebrech
e Eletronorte -
recorrerem, os belos saltos de Dardanelos e a porção
ainda intacta da
Amazônia Legal onde estariam localizados a Usina e as
Linhas de
transmissão
continuarão preservados.