Equipes de resgate começaram neste domingo(25/9) a procurar por pessoas presas em escombros no sudoeste do Estado da Louisiana (sul dos EUA), após a destruição causada pelo furacão Rita, que atingiu os EUA por volta das 2h30 (4h30 em Brasília) de sábado (24/9). O Rita atingiu a terra na cidade de Sabine Pass, no Texas, mas causou efeitos também em cidades da Louisiana, que foi o Estado mais duramente atingido pelo furacão Katrina, há menos de um mês.

A governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, anunciou que 250 foram resgatadas na comunidade de Vermillion, mas que mais de mil podem ainda precisar de ajuda. Na cidade de Lake Charles, também na Louisiana, houve alagamentos e alguns imóveis foram destruídos. –O lago subiu mais do que eu já tinha visto na vida–, disse o prefeito da cidade, Randy Roach. –Todos que quiseram foram embora–, acrescentou.

As equipes buscam pessoas que, apesar das orientações para deixarem a cidade, preferiram permanecer em suas casas. Segundo o vice-administrador da Guarda Costeira, Thad Allen, ainda não foram registradas mortes nas regiões do Estado afetadas pelo Rita. Segundo Allen, o Rita fez com que as águas derrubassem os reparos feitos com sacos de areia para reparar os danos causados pela passagem do Katrina, em agosto. Ontem, o Corpo de Engenheiros do Exército ainda bombeava para fora da cidade a água da inundação causada pelo Katrina.

O governador do Texas, Rick Perry, disse que ainda não houve registros de mortes no Estado --exceto pelas 24 pessoas que morreram no incêndio de um ônibus que tentava deixar a região por onde o Rita iria passar. –Parece que as indústrias de refino e de petróleo [sofreram] um golpe (...) mas o mais importante [é que] desta vez, fora a tragédia do ônibus, não houve perda de vidas com este furacão–, assinalou.

O Rita continua perdendo força e passou de tempestade para chuva tropical com ventos constantes de 32 quilômetros por hora, com centro perto da cidade de Hot Springs (no Estado do Arkansas). As autoridades do Condado de Jefferson (Texas) disseram que as pessoas que ficaram presas em um edifício perto de Beaumont foram retiradas sem ferimentos. Na cidade texana de Lumberton, a polícia precisou resgatar uma família, presa em casa --ninguém ficou ferido.

Em Galveston (cidade costeira do Texas), duas residências históricas e um edifício comercial foram destruídos ontem por incêndios. Moradores da região costeira do Texas começaram a voltar para casa no domingo (25/9), apesar dos avisos das autoridades para permanecerem longe. Tráfego pesado foi registrado nas rodovias interestaduais 10 e 45, que levam a Houston, mas sem a gravidade dos congestionamentos que ocorreram na semana passada.

O governador do Estado disse que as pessoas que estiverem seguras e ainda tenham mantimentos devem –ficar onde estão–. –Não voltem para o sudeste do Texas hoje–, apelou.

Em Houston, onde cerca de 350 mil pessoas ainda estão sem energia elétrica, as autoridades dividiram a cidade em quadrantes e pediram aos moradores que voltassem aos poucos, uma seção por vez, a começar pelo noroeste. O presidente norte-americano, George W. Bush, que acompanhou a passagem do Rita em uma base militar no Estado do Colorado, disse que, com mais coordenação, as missões com helicópteros da Guarda Costeira e no Exército poderiam ter obtido melhores resultados.

Bush disse que seria uma –questão importante para o Congresso considerar– se e quando o Departamento de Defesa pode se tornar a agência central nas ações de resposta a desastres naturais. (FSP, 25/9)