Biblioteca Ecológica em Porto Alegre aposta na criançada
2005-09-23
Por Patricia Benvenuti
A Biblioteca Ecológica Infantil Maria Dinorah, que funciona no meio do Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, está com novos projetos voltados à conscientização ambiental. De acordo com a bibliotecária responsável, Carmen von Hoonholtz, a equipe pretende realizar mais atividades a fim de despertar, desde cedo, o potencial cidadão e responsável das crianças.
A idéia é promover oficinas temáticas sobre o ar, água, animais, lixo e outros assuntos relacionados ao meio ambiente. Ela ressalta que os encontros serão lúdicos e, ao mesmo tempo, educativos.
O clima é aconchegante logo na entrada da biblioteca. O prédio não podia ser mais apropriado: um moinho branco, perto de um lago e de um gramado.
O lugar é colorido, com prateleiras lotadas e pequenas mesas para os também pequenos leitores. Alguns brinquedos espalhados, um painel com testemunhos rabiscados de quem conheceu o local. Uma escada nos leva a um segundo andar cheio de jogos, gibis e uma lona azul no chão, aguardando os visitantes.
A intenção de criar um espaço para crianças no parque nasceu há quase 20 anos. Um grupo de arquitetos e engenheiros propôs que se montasse uma casa de bonecas. Mas a administradora do Parcão na época, Maria Angélica Tellini, lutou para que o projeto tivesse um cunho cultural e mais educativo. Nada melhor, então, do que uma biblioteca. A idéia de Maria Angélica vingou, e o sonho foi instalado no antigo chalé do parque, em frente ao lago.
No final do ano passado, depois de quase duas décadas funcionando no chalé, a biblioteca foi transferida para o moinho, onde permanece até hoje. O acervo atual conta com dois mil livros, divididos entre literatura infantil e paradidática (de enfoque explicativo), 50 jogos e aproximadamente 300 gibis. O material é obtido junto à Smam (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), órgão que mantém o local, e por meio de doações da comunidade.
A bibliotecária afirma que o movimento é grande durante a semana, mas intensifica-se nos sábados e domingos. Enquanto passeiam com os pais no parque, aproveitam para passar no parque, retirar alguns livros e brincar com outras crianças. Ainda, uma vez por mês, o local oferece uma oficina de origami, também organizada em função de um tema, geralmente uma data comemorativa como a Semana da Primavera ou a da Criança.
Com freqüência, escolas agendam visitas dos alunos à biblioteca, onde se realiza a Hora do Conto. No segundo andar do moinho, de pés descalços e sentados na lona azul, os pequenos ouvintes prestam atenção nas histórias.
O agendamento é importante, segundo a responsável, porque possibilita aos professores um tempo para preparar os estudantes. Alguns conteúdos podem ser explicados antes das visitas, e, assim, facilitam o entendimento.
Carmen acredita que o trabalho realizado na biblioteca rende excelentes resultados, especialmente pelo fato de que o público infantil aparece como alvo. — Já que a meta é conscientizar, não existe melhor momento do que aquele em que se está disposto e receptivo a novos valores e conceitos, como no caso das crianças-, concluiu.