PRESERVAÇÃO É IMPORTANTE PARA DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
2001-09-12
Uma das regiões mais belas e com grande potencial para o ecoturismo também guarda segredos da história de Mato Grosso do Sul e do mundo. A Serra da Bodoquena, para o geólogo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e diretor científico da Fundação de Ciência e Tecnologia de MS (Fundect), Paulo Boggiani, abriga um grande sítio geológico de tufas calcárias com fósseis de folhas que podem revelar a história das florestas locais. A hipótese mais aceita é que as tufas surgiram há cerca de 5 mil anos. Elas constituem depósitos de carbonato de água doce ainda em formação, com crescimento associado à atividade de algas e musgos. Tamanha é a importância destas formações que a temperatura da água e até mesmo o clima da região, há milhares de anos poderá ser descoberto pela ciência. A criação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, segundo o geólogo, foi de fundamental importância para a preservação de parte do sítio. Mas a maior preocupação de uma equipe de pesquisadores da UFMS, USP, Observatório Nacional e Laboratório de Isótopos Estáveis (Labise - UFPE) é com a preservação de outras áreas que estão fora dos limites do parque. Em um artigo publicado no site da Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (Sigep), sete cientistas afirmam sua preocupação com a acelerada ocupação da área pela agricultura e pecuária e os desmatamentos generalizados. Os pesquisadores concluem que se nenhuma providência for tomada, existe o risco das tufas sofrerem degradações irreversíveis, comprometendo a atividade turística que vem se tornando importante fonte de geração de emprego e renda na região.