Ex-secretários defendem obras da Perimetral Sul
2005-09-23
A falta de licenciamento ambiental da Perimetral Sul, em Caxias, que está sendo investigada pelo Ministério Público, não constitui uma irregularidade na opinião de dois ex-secretários municipais envolvidos com o projeto.
Segundo o vereador Édio Elói Frizzo - titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente
(Semma) em 2001 e 2002 -, em razão de a via expressa ter sido feita sobre uma área já
impactada por outras construções, o que demandou dezenas de desapropriações, não havia
necessidade de realizar um Relatório de Impacto Ambiental (Rima) nem de emitir uma
licença para o conjunto da obra.
– Essa é uma preocupação eminentemente burocrática. Houve fiscalização e
acompanhamento da Semma em toda a obra-, diz Frizzo, que deixou ontem o PT.
O arquiteto Edson Marchioro, titular da Secretaria de Planejamento Municipal (Seplam)
de 1997 a 2000, diz que a maior parte do traçado da Perimetral Sul corresponde ao
alargamento de ruas que já existiam e que as canalizações de arroios foram apenas
adaptadas para solucionar problemas de alagamento.
- Na visão de quem analisou, inclusive do Fundopimes (órgão financiador da obra), a
Perimetral não exigia licença ambiental-, afirma Marchioro.
Outro ex-secretário do Meio Ambiente, João Osório Martins, que ocupou a pasta de 1998
a 2000 (na administração de Mário Vanin) e não se envolveu diretamente com o projeto,
tem opinião diferente.
- Acho que deveria ter havido licenciamento, pelo tamanho e pelo impacto da obra. Se
uma bodeguinha ali na esquina precisa de licença, uma obra dessas também-, diz Osório.
A Perimetral Sul começou a ser construída em 2001 e teve os últimos trechos liberados
ao tráfego no final de 2003. A obra se integra às perimetrais Oeste e Norte formando
um anel viário em torno da área central. Para a conclusão desse complexo, só falta a
adequação na Avenida São Leopoldo, próximo à BR-116. (Pioneiro, 22/09)