Carvão mineral adormecido?
2005-09-22
Em 2003, em manchete de primeira página, a imprensa local noticiou a instalação de uma usina termelétrica em Cachoeira do Sul, resultante de contatos do governo gaúcho com empresários chineses.
Em 2004, nova manchete dizia que fora firmado um protocolo de intenções durante visita do presidente Lula à China. Sabe-se que Cachoeira do Sul possui reserva carbonífera, cujo veio inicial se localiza em São Jerônimo, passa pelo município e segue rumo a Candiota. Em ambos os pólos funcionam usinas termelétricas. A reserva de Cachoeira do Sul, em 1965, foi objeto de pesquisas e os técnicos federais concluíram: era a maior do Estado e a céu aberto! À margem da BR-290, em anos seguintes, gigantescas instalações extraíam o carvão para usina de São Jerônimo.
A seguir, a extração foi paralisada; por ser antieconômica? O custo de energia à base de carvão é superior ao de hidrelétricas, mas já contribuiu para minimizar racionamentos quando as estiagens reduziam a água das barragens a níveis críticos. A energia solar e a eólica, em escala comercial e pela relação custo-benefício, por ora, ainda superam o custo da termelétrica.
Recentemente, li notícias de origem federal, dando conta do interesse em incrementar as usinas termelétricas em todo o País, como reserva estratégica. Em vários países europeus as minas de carvão estão exauridas e as usinas atômicas deverão ser desativadas em até 10 anos. Seria útil receber notícias sobre o porquê do silêncio a respeito do alardeado em 2003 e 2004. (Roland Strüssmann, JC, 22/09)