Alemanha quer álcool de Goiás
2005-09-22
A partir de 2009, o Brasil, com destaque para Goiás, pode ser um grande parceiro exportador de etanol para a Alemanha. A afirmação é do embaixador daquele País no Brasil, Prot von Kunow, que esteve presente ontem no seminário Destino Exportador Alemanha, realizado na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).
Segundo Kunow, o etanol vem ocupando lugar de destaque em todo o mundo devido ao elevado valor e a raridade da energia. Ele cita uma lei européia que determina, a partir de 2009, a mistura de 6% de etanol na gasolina.
— O Brasil e, especialmente Goiás, tem a chance de dispor de uma grande produção de açúcar e, no final, de etanol. Para o futuro, isto representa uma grande chance para este País e para os goianos - argumenta.
Para Goiás atender a demanda de mercado em relação ao etanol, o governo do Estado, segundo o governador Marconi Perillo, irá apoiar o setor do ponto de vista fiscal e tributário e, ao mesmo tempo, trazer novas plantas industriais de álcool e açúcar.
— Temos contratados 14 indústrias novas nesta área e ainda é pouco para suprirmos os mercados que vão misturar a gasolina ao etanol, ao álcool, como já acontece no Brasil.
A Alemanha se prontificou a reorganizar o problema do comércio do açúcar internacional. De acordo com o presidente da Fieg, Paulo Afonso, este gargalo é uma barreira que ainda existe na comunidade européia, ao mesmo tempo em que surge a possibilidade de estudar uma solução devido a interesses comuns, como o etanol.
— É uma mão dupla e estas reuniões que promovemos são oportunidades de discutirmos os entraves entre os dois países - endossa.
O evento contou com a presença do governador de Goiás, Marconi Perillo; da secretária interina do Comércio Exterior, Odessa Martins Arruda Florêncio; secretário de Indústria e Comércio, Ridoval Chiarelotto; do diretor executivo da Câmara Brasil-Alemanha, Gabriel Francisco Leonardos; e do presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), Pedro Bittar.
Também compareceram o secretário da Fazenda, José Paulo Loureiro; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Macel Caixeta; e o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), José Evaristo dos Santos.
Kunow explica que Goiás, assim como o Brasil, tornou-se um importante parceiro exportador e importador para a Alemanha, principalmente no que diz respeito à agropecuária. A soja (inclusive a não-modificada em gênero), a carne bovina e produtos industriais (calçados e têxteis) ocupam destaque no mercado alemão.
A Alemanha é considerada um grande mercado na Europa, sendo o maior e central mercado da União Européia. Apesar de exigente em qualidade, entre outros, ressalta o embaixador, os produtos goianos são destaque neste país por atender às aspirações alemãs.
Goiás e Alemanha
Exportações em agosto: US$ 7.742.932
Exportações de janeiro a agosto: US$ 44.545.998
Em agosto deste ano, as vendas para a Alemanha representaram 3,58% do total das exportações goianas
No último mês, a Alemanha foi o 6º comprador de produtos goianos
Importações em agosto deste ano: US$ 2.113.236
Importações desde o início do ano: US$ 14.947.082 (Diário da Manhã, 21/09)