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2005-09-22
O furacão Rita chegou nesta quarta-feira (21/9) à categoria máxima de sua força, o nível 5 da escala Saffir-Simpson, considerada catastrófica, e pode causar graves danos à região da Costa Sul dos Estados Unidos, onde ficam os Estados do Texas e da Louisiana --símbolo da destruição deixada pelo furacão Katrina, no último dia 29.

O Katrina, que destruiu Nova Orleans e deixou mais de mil mortos, chegou ao local de destruição com a categoria 4. Um furacão de categoria 5 tem ventos superiores a 250 quilômetros por hora. Em 1935, um furacão de categoria 5 atingiu a Flórida, deixando 408 mortos. Mas o mais mortífero ocorreu em 1900, quando um furacão de categoria 4 atingiu o Texas, causando 8 mil mortes. Não há informações sobre o valor dos danos causados por ele, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA.

Na tentativa de evitar novas críticas após as censuras públicas que recebeu em relação à resposta federal ao furacão Katrina, o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou nesta quarta-feira (21/9) estar –pronto para o pior– enquanto o furacão Rita se aproxima do Texas. Membros do governo federal afirmaram que a administração de Bush acelerou os preparativos para o furacão Rita quando ele passou pelo golfo do México em direção ao Texas. Nesta quarta-feira (21/9), Bush fez um apelo à população da região para que atenda às ordens de retirada em Nova Orleans (Louisiana ) e Galveston (Texas). –Eu peço aos cidadãos que ouçam atentamente às instruções dadas pelas autoridades locais e estaduais e as sigam–, afirmou Bush em um discurso para a Coalizão dos Judeus Republicanos. –Nós esperamos e rezamos para que o furacão Rita não seja uma tempestade devastadora, mas temos que estar preparados para o pior–, disse.

Segundo Bush, autoridades locais, estaduais e federais trabalham de forma coordenada. Ao menos 1 milhão de pessoas deverão deixar suas casas em Galveston e Houston, na costa do Texas, até a manhã desta quinta-feira. A região está sob alerta máximo. Autoridades também deram ordem de retirada a moradores de Nova Orleans (Louisiana), muito atingida pela passagem do furacão Katrina.

Alguns moradores acabaram de voltar para Nova Orleans, que passou três semanas debaixo d água. A maior parte das inundações foi drenada da cidade somente nesta semana. As pessoas só têm direito de levar consigo uma mala e seus animais de estimação, caso os tenham. Os moradores dessas áreas estão sendo levados para abrigos em outras regiões do Texas. Os desabrigados do Katrina que estavam no Texas também foram retirados e levados para abrigos no Arkansas e no Tennessee.

Asilos e centros médicos foram os primeiros locais a serem esvaziados. Autoridades texanas tentam evitar que a tragédia ocorrida em Nova Orleans, onde 30 idosos foram encontrados mortos dentro de um asilo, após a passagem do Katrina.

Na manhã de ontem (21/9), o Rita estava a 418 quilômetros de Florida Keys, conjunto de ilhas na costa do Estado da Flórida --o primeiro local na costa dos EUA a ser atingido por esse furacão, logo após a sua formação nas Bahamas-- e a 1.245 quilômetros do Texas. O fenômeno se move a uma velocidade de 21quilômetros por hora, e deve atingir a parte do continente banhada pelo golfo do México neste sábado.

A ordem de remoção de moradores chegou até Houston --distante apenas 80 quilômetros de Galveston-- porque a cidade está sujeita a sofrer grandes enchentes, já que está quase dois metros acima do nível do mar. Galveston, situada em uma ilha costeira que fica 2,4 metros acima do nível do mar, entrou na lista dos piores desastres naturais ocorridos nos EUA, quando um furacão atingiu a cidade em 1900, matando mais de 8 mil pessoas.

O Exército americano reorganizou a distribuição dos soldados que estavam ajudando no resgate e organização de Nova Orleans --que chegou a ficar quase totalmente debaixo d água depois da passagem do Katrina, há quase um mês-- enviando um contingente militar para o Texas. Além disso, os navios da Marinha que estão no golfo do México por conta da operação de ajuda às vítimas do Katrina foram reposicionados ao longo da costa, já que algumas embarcações estavam, justamente, na rota do Rita.

Na terça-feira (20/9), a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, pediu ao presidente Bush que declarasse estado de emergência com a aproximação do Rita, porque o furacão –está além das possibilidades [de resposta] do Estado e dos governos locais–. O número de mortos em decorrência da passagem do Katrina por Flórida, Louisiana, Mississippi e Alabama chegou a 1.036 nesta quarta-feira, depois que autoridades divulgaram que o número de mortos em Nova Orleans é de 799 pessoas. (FSP, 21/9)

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