Projeto Verde é Vida colhe frutos
2005-09-22
Um trabalho educativo nem sempre rende frutos imediatos. Muitas vezes,
é preciso anos semeando idéias para que elas germinem e amadureçam. Quando se trata de
educação ambiental, então, os resultados podem ser ainda mais demorados, observa
o coordenador do projeto Verde é Vida, da Associação dos Fumicultores do Brasil, José
Leon Macedo Fernandes. Segundo ele, nesta área, além de educar, é preciso sensibilizar. Algo que a iniciativa da Afubra tem conseguido com sucesso. Criado em 1991, o Projeto vê atualmente respostas a longo prazo multiplicarem-se.
– Depois de 14 anos, nossos municípios e escolas parceiras obtêm cada vez mais resultados de suas ações, os quais estão reunidos nos anais do Verde é Vida, publicados anualmente-, comemora. São atividades de recuperação de nascentes, da mata ciliar, de separação e destino de resíduos - o que serve, inclusive, de fonte de renda – e muitas outras, todas iniciativas dos próprios educandários, com o envolvimento de suas comunidades. Claro que, durante toda a existência do Verde é Vida, muitos também foram os resultados colhidos a curto prazo. – Entramos como parceiro nas iniciativas das escolas, prestando apoio técnico, pedagógico, profissional e logístico.
Com isso, ajudamos a acelerar os processos-. São ações que, em um ano, transformaram educandários, alteraram sua estrutura funcional e envolveram a
população. – Nós recebemos 780 relatórios das escolas, de 475 projetos em diferentes
áreas, como lixo, água, fauna, horta, patrimônio cultural, floresta, bolsa de sementes,
paisagismo, educação e também sensibilização da comunidade-. Aliás, contar com a sociedade como principal agente na identificação e solução dos problemas socioambientais de cada localidade é um dos objetivos do trabalho desenvolvido pela Afubra. Para isso, atua em dois programas.
O primeiro é de sensibilização, que diz respeito às atividades realizadas desde 1986 na entidade. Além de palestras, distribuição de material didático pedagógico para professores e material escolar para alunos, o carro-chefe é a doação de mudas, com uma média anual de 100 mil exemplares. No final do 3º ano ambiental - unidade temporal instituída em 2002 dentro do Projeto -, a bolsa de sementes totalizou 1.800 quilos coletados pelas escolas. – Destes, cerca de 1.200 já foram doados a entidades para transformarem-se em mudas, conta Leon.
Já o outro programa, de ação socioambiental, iniciou com base nos temas
transversais, previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que determinam que
todo professor deve trabalhar a ética, o trabalho, a cidadania, a saúde e o meio
ambiente. Isso quer dizer não mais ficar preocupado somente com a questão ambiental, mas
também com os aspectos social, cultural, econômico e financeiro. – Não se separa tudo
isso da questão ambiental. Desenvolvemos então um conceito holístico de meio
ambiente, temos uma visão do todo. Para isso desenvolvemos cartilhas que trazem esses
temas. Esse material é para uso dos professores, elaborado de forma
interdisciplinar-, explica o coordenador. Os dois programas, trabalhados simultaneamente e interligados, contam, atualmente, com mais de 150 municípios participantes, um número considerado bastante expressivo pela Afubra. (Gazeta do Sul, 21/09)