Combustíveis: São Paulo vai ganhar 31 usinas até 2010
2005-09-21
O Estado de São Paulo deve receber nos próximos cinco anos 31 novas destilarias e usinas de açúcar e álcool, investimento de US$ 4,5 bilhões que deve criar pelo menos 25 mil empregos diretos e 87 mil indiretos. A informação consta de levantamento feito pela União das Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), que reúne 41 usinas. A Udop divulgou um mapa com a localização das novas unidades, telefones e nomes dos investidores. O mapa, que pode ser acessado pela internet em www.udop.com.br, também mostra localização, nome, endereço e telefone das outras 147 unidades em funcionamento há mais de um ano em todo o Estado.
De acordo com o presidente da Udop, Luiz Guilherme Zancaner, das 31 novas usinas, 10 já estão funcionando ou começam a funcionar a partir de 2006. O levantamento considerou projetos que estão com pedidos de licença ambiental em tramitação nos órgãos competentes e usinas em construção no Estado. O mapa mostra que os investimentos estão nas regiões oeste, noroeste e parte do norte do Estado, entre os limites das regiões administrativas de São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Araçatuba.
— Pelo menos 24 desses projetos podem ser dados como certos - afirma Zancaner.
De acordo com a Udop, cada nova usina vai moer em média 2 milhões de toneladas no pico de produção, quando terá custado algo em torno de US$ 150 milhões - US$ 85 milhões do custo da indústria e US$ 65 milhões da parte agrícola. Em cinco ou seis anos, elas devem moer juntas cerca de 60 milhões de toneladas e ocuparão área de 805 mil hectares.
Levando em consideração uma produção média de 80 toneladas por hectare, das quais 15% de áreas para reforma e um mix de produção industrial de 50% de álcool e 50% de açúcar, as usinas produzirão 2,5 bilhões de litros de álcool e 3,6 milhões de toneladas de açúcar.
Com isso, a produção estadual de açúcar vai subir 21% e a de álcool, 27%. Na safra de 2004/2005, o Estado de São Paulo produziu 9,1 bilhões de litros de álcool e 16,5 milhões de toneladas de açúcar. No Brasil, a produção foi de 15,3 bilhões de litros de álcool e 26,6 milhões de toneladas de açúcar.
Segundo Zancaner, o mapa serve para orientar os investidores e técnicos do setor. Os investimentos são feitos por grupos tradicionais de outras regiões, como o J. Pessoa, do Nordeste, e o Albertina, de Sertãozinho; por grupos locais, como o Aralco, de Araçatuba; e por novos investidores, como o do prefeito de Paulínia, Edson Moura, empresário do setor de distribuição de combustíveis.
Das 31 novas usinas mapeadas pela Udop, apenas uma terá capital estrangeiro. É a Sopesa, sociedade entre o grupo brasileiro Unialco, de Guararapes, com 50%, e os grupos Pantaleón, da Guatemala, e Manuelita, da Colômbia, que ficarão com o restante. O levantamento não inclui dois projetos de investidores franceses, japoneses, italianos e ingleses para instalação de cinco usinas na região de Presidente Prudente. (O Estado de S. Paulo, 18/09)