Ativista mexicano é libertado e promete voltar à defesa das florestas
2005-09-21
Um ecologista camponês mexicano que estava preso por acusações que se mostraram falsas tornou-se um novo caso para a área de direitos humanos internacionais. Ele reagiu criticando o governo do presidente Vicente Fox, que prometeu mudanças.
Felipe Arreaga foi absolvido de assassinato na semana passada e, após 10 meses, libertado de uma carceragem na costa do Pacífico, em um caso que envolveu corrupção judicial. –Minha alma dói–, disse Arreaga, de 56 anos, em uma conferência de imprensa, com a voz fraca. –Esses governos nos quais vivemos são injustos, eles não fazem nada pelo bem comum. Eles se chamam governos da mudança, mas o que muda apenas é o condutor do cavalo–, assinalou.
Na cadeia, Arreaga comprometeu-se em não retornar para a campanha a fim de proteger as montanhas de Sierra Madre, no Estado de Guerrero, do corte irresponsável de árvores. Mas, na segunda-feira (19/9), ele estava já voltando atrás com relação a esta promessa, ao afirmar que decidiria o seu futuro dia a dia. Ele foi preso pelo assassinato, em novembro de 1998, do filho de um poderoso fazendeiro local que, segundo emrpegados, teria se beneficiado do corte ilegal de árvores.
Um juiz considerou falsas as evidências de culpabilidade de Arreaga. Além disto, o Greenpeace, a Anistia Internacional e outros grupos alegaram que Arreaga foi preso injustamente, o que fez dele um símbolo do sistema que com freqüência coloca a polícia, os promotores e a corte a serviço de líderes políticos, especialmente naquela região do país.
O ativista provou o abandono total do governo com relação às suas florestas. O México é hoje a Quinta nação em deflorestamento no mundo, disse Alejandro Calvillo, diretor do Greenpeace no México. (Planet Ark, 20/9)