Governo poderá assumir Águas Argentinas
2005-09-21
–O governo não descarta assumir Águas Argentinas. Sem dúvida, seria em forma transitória–. A afirmação foi feita ontem durante uma conferência oferecida pela ex-primeira-dama francesa Danielle Mitterrand, pelo chefe de gabinete Alberto Fernández. Segundo ele, –o Estado tem que assumir em alguns casos o papel de operador, e não há por que envergonhar-se–. O funcionário acrescentou que –simplemente temos este sistema porque o herdamos–, mas acrescentou que – agora veremos, com a experiência que tivemos, como seguiremos adiante–.
O presidente Néstor Kirchner, em Ituzaingó, não havia lançado críticas ainda à concessionária de água. Foi um dia depois da realização da reunião do diretório da empresa que os principais acionistas, encabeçados pela empresa francesa Suez, reclamaram o início da rescisão do contrato. Ontem (20/9), Fernández deixou claro que o abastecimento de água está garantido, respondendo, assim, às dúvidas geradas a respeito do que aconteceria caso a Suez cumprisse mesmo com sua decisão de sair da Argentina. Os 90 dias de prazo que a empresa tem para devolver a concessão vencem em meados de dezembro, justamente no início do verão.
–O fato é que não sabemos ainda o que se fará de concreto com Águas Argentinas– acrescentaram outras fontes do governo. Há o temor de que a Suez apresente prazos muito curtos para a retirada, não dando ao govero tempo para armar uma saída como inicialmente planejada, o que incluiria novos acionistas – talvez, a espanhola Agbar como operadora técnica.
Amanhã (22/9) à tarde haverá uma reunião de acionistas da Águas Argentinas, na qual se debaterá a questão da rescisão do contrato. Sabe-se que pelo menos dois acionistas – o grêmio e o Banco de Galícia – votarão contra. (Clarín, 21/9)