Passo Fundo sofre com ausência de saneamento básico
2005-09-20
Ao visitar os bairros de Passo Fundo e conversar com seus moradores e presidentes de associações, é possível verificar a gravidade e a quase total ausência de saneamento básico em algumas áreas da cidade. Há esgoto a céu aberto, e a combinação entre a falta de conscientização da população e a falta de ação do poder público, tanto municipal quanto estadual, torna a situação ainda mais crítica.
Os moradores das áreas mais humildes do subúrbio da cidade não possuem, na sua maioria, fossas sépticas. Seus poços-negros, solução para a ausência das fossas, não são esgotados quando necessário; como conseqüência, eles transbordam. É, então, que são feitas ligações clandestinas com a canalização das ruas, que transporta o esgoto pluvial. Quando a ligação não acontece, o esgoto corre a céu aberto.
Vila Annes
Na Vila Annes a falta de chuvas pode tornar a vida de seus moradores insuportável. Na área
baixa da vila, há o acúmulo do esgoto pluvial e cloacal que não escoa com a seca. Nesses dias, segundo o presidente da associação de moradores, Evandro Zambonato, o mau cheiro é muito forte. A canalização existe em algumas ruas. A situação é mais complicada nas moradias à beira dos trilhos, onde as construções são irregulares, não há canalização e o esgoto corre a céu aberto.
Vila Carmem
Assim como em outras comunidades, o esgoto cloacal da Vila Carmem é escoado juntamente com o esgoto pluvial na canalização das ruas. Isso acontece naquelas residências em que os resíduos não são despejados in natura na sanga que passa pelo bairro. O vice-presidente da associação, Elias Lemes, afirma que a poluição da sanga ocorre também devido ao desrespeito da população, que joga muitos resíduos orgânicos e não orgânicos.
Vila Jardim
Aqui, há muito esgoto a céu aberto e muitas irregularidades, como as ligações clandestinas na canalização do esgoto pluvial. De acordo com a presidente Izabel C. Lopes, além das ações a serem tomadas pelo poder público para resolver o problema com alguma forma de punição para que
as irregularidades sejam corrigidas, outra ação que deve ser tomada é a da conscientização, que ainda é muito difícil. Na sanga que atravessa o bairro, o esgoto também é despejado in natura.
Leonardo Ilha
Neste bairro, conforme as informações do presidente João Kurtz, não há canalização. Só uma rua possui escoamento para o esgoto pluvial, e muitas residências estão com os poços-negros transbordando, o que leva o esgoto a correr a céu aberto. (O Nacional/19/09)