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2005-09-19
Por Elisabeth Karam Guimarães *
A verdadeira internacionalização da Floresta Amazônica já começou e avança a cada dia: ao transformar árvores em gás carbônico (CO2) e alimentar o aquecimento global, os próprios brasileiros cuidam do assunto. O autor da afirmação: Thomas Lovejoy, ecólogo e estudioso da Amazônia há 40 anos. Pioneiro da pesquisa sobre fragmentação florestal, presidente do Centro Heinz de Ciência, Economia e Ambiente, em Washington, ele foi o primeiro cientista a usar o termo diversidade biológica, nos anos 1980. — Transformar a floresta em CO2 é uma forma de internacionalização da Amazônia-, afirmou. O americano Lovejoy, que está no Brasil para uma conferência sobre ambiente e governança, diz que há uma histeria no país quando estrangeiros pedem mais proteção da floresta. — Sempre houve um tipo de histeria sobre biopirataria. E, na prática, a única biopirataria é a destruição da floresta. É roubá-la de futuras gerações de brasileiros. Cientistas são como todas as outras pessoas, tem os bons e os que fogem às regras.

Mas a maioria tem uma genuína preocupação com a preservação da saúde do planeta. Diante de dados alarmantes sobre o desmatamento no norte do país nos dois últimos anos, Lovejoy afirma que a floresta está próxima de um ponto limite, a partir do qual a redução da cobertura verde será incapaz de gerar a chuva necessária e, conseqüentemente, secar. É uma questão de poucos anos, avalia. Preocupa-nos o que vai ocorrer se cruzarem o ponto de equilíbrio. Porque então muitos dos bons esforços terão sido em vão. O número de incêndios que ocorrem hoje são preocupantes. Florestas tropicais não queimam tão facilmente e a quantidade de incêndios parece ser evidência de secura local, sinalizando um desequilíbrio no ecossistema da floresta.

A expansão da fronteira agrícola no norte do país traz ganhos a curto prazo. Mas no longo prazo, o valor dos recursos genéticos e da floresta para o Brasil são muito, muito maiores. A chuva da Amazônia é gerada no local porque existe floresta. Isso significa que existe um ponto em que a redução da floresta vai diminuir a precipitação e vai começar a secar. E não seremos capazes de parar o processo. Ninguém sabe que ponto é esse. É preciso promover desenvolvimento econômico para os povos da Amazônia baseado na exploração sustentável da floresta, no lugar de incentivar commodities agrícolas.

O Brasil e a floresta têm uma porção significativa dos genes do mundo. As questões ambientais são planetárias, sem fronteiras. A biodiversidade é a nossa possibilidade de futuro, pois proverá novos medicamentos, produtos e alimentos, além de assegurar serviços naturais como a fertilidade do solo e a qualidade do ar. Segundo o cientista, a solução no final precisa incluir zoneamento ecológico e econômico, fiscalização e criação de desenvolvimento com base na floresta.

* Elisabeth Karam Guimarães é integrante do Núcleo Amigos da Terra Brasil e Movimento Petrópolis Vive, de Porto Alegre. Parte do texto foi extraída da entrevista do ecólogo Thomas Lovejoy à Folha de São Paulo de 06/09/05.

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