Cientistas britânicos crêem que o degelo do Ártico não tem volta
2005-09-19
A perda massiva por fusão do gelo ártico nos últimos verões pode converter em irreversível o aquecimento do planeta, o que causaria uma elevação dramática do nível dos mares, advertem cientistas britânicos citados pela imprensa espanhola. O efeito estufa está derretendo o gelo ártico a um ritmo tal que a região polar absorve cada vez mais o calor do planeta, o que contribui para aumentar esse mesmo processo em um círculo vicioso de conseqüências imprevisíveis, alerta o diário The Independent.
O maior temor dos especialistas é que o Ártico esteja prestes a alcançar um ponto de não retorno a partir do qual nada possa reverter o desaparecimento progressivo das massas de gelo e dos glaciais da Groenlândia. Segundo cientistas citados pelo jornal inglês, graças aos satélites que observam o Ártico, pôde-se descobrir que as massas de gelo dessa região do planeta estão 18,2% abaixo de seus níveis médios tradicionais, o que constitui um recorde.
O gelo do mar se funde no verão e se reconstitui no inverno, mas pela primeira vez, no inverno passado, os cientistas descobriram que a recuperação foi muito insuficiente. Em setembro de 2002, a capa gelada do Ártico caiu ao seu mais baixo nível desde que se fazem esses tipos de registros, segundo as fontes. A redução da massa de gelo normalmente segue esta tendência.
Amanhã (20/9) serão divulgadas novas informações a este respeito e acredita-se que serão novamente negativas, advertiram os cientistas. –Serão quatro meses de setembro seguidos em que temos observado uma tendência de baixa. Nossa impressão é que estamos chegando a um ponto de não retorno–, observou o doutor Mark Serreze, um dos cientistas do Centro de Dados de Neve e Gelo, que coleta dados sobre o gelo ártico. (El Mundo, 17/9)