Gripe do frango pode causar uma catástrofe global
2005-09-19
A gripe do frango ameaça causar uma catástrofe econômica na Grã-Bretalha e em todo o mundo, algo sem precedentes, de acordo com uma nova pesquisa. Dois estudos da Universidade de Nottingham e do Banco de Montreal, no Canadá, mostram que uma pandemia da doença – descrita pela Organização Mundial da Saúde na semana passada como inevitável – poderia custar pelo menos 95 bilhões de libras ao Produto Interno Bruto (PIB) da Grã-Bretanha, extinguir pelo menos 900 mil empregos e criar uma depressão global capaz de rivalizar com a que se assistiu na década de 30 do século passado.
As informações são de líderes que participaram da cúpula das Nações Unidas realizada na semana passada, onde se reconheceu a escala potencial de ameaça do vírus da gripe do frango, denominado H5N1, o qual já chegou às fronteiras da Europa. O presidente George Bush, dos Estados Unidos, já lançou a Parceria Internacional para a Pandemia da Gripe do Franco, da qual participam países como, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá, China e Rússia e agências das Nações Unidas. Ministros da Saúde ao redor do mundo anunciaram que irão se encontrar no Canadá para sustentar a iniciativa.
A gripe do frango tem origem na China e no sudeste da Ásia, e está sendo espalhada pela infecção de frangos domésticos. A Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) advertiu já neste mês que a doença vai atingir todos os continentes. Na semana passada, a Rússia relatou uma disseminação da doença entre frangos em Chelyabinsk, na região dos Montes Urais.
Até agora, 60 pessoas são reconhecidamente mortas por causa do vírus. Especialistas advertem que ele sofre mutações e espalha-se rapidamente entre pessoas, podendo matar dezenas – talvez centenas – de milhões delas ao redor do mundo. Na semana passada, o Dr Lee Jong-wook, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, disse que a mutação é inevitável e que era apenas uma questão de tempo. Publicamente, o governo afirma que mais de 50 mil pessoas vão morrer na Grã-Bretanha, mas há quem diga que esse número pode chegar a 750 mil. Antes, o professor Hugh Pennington, um dos especialistas dessa área no país, havia dito que as mortes podem chegar a 2 milhões. (The Independent, 18/9)