Durante audiência pública realizada ontem (15) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Biopirataria, o analista ambiental José Geraldo Brandão fez duras críticas ao sistema de controle de extração, transporte e comercialização de madeira no Pará. Brandão é responsável pelo setor de controle da gerência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) em Santarém (PA).

Segundo ele, o sistema de emissão de Autorização para Transporte de Produto Florestal (ATPF) é falho e sujeito a fraudes cada vez mais sofisticadas e difíceis de serem identificadas. Só nos últimos doze meses, foram apreendidas seis mil ATPFs fraudadas em Santarém - o que equivale a um total de 300 mil metros cúbicos de madeira ilegal, mas regularizada por meio desses documentos falsos. Para ele, o sistema de ATPFs é burro.

Um levantamento recente feito por Brandão mostra que cerca de 55% da madeira que atravessa o Pará são ilegais. Na opinião do analista, o novo plano de controle de transporte e comercialização de madeira, apresentado recentemente pelo presidente do Ibama, Marcus Barros, também é falho e deixa muita brecha para irregularidades. O sistema apresentado por Barros acaba com as ATPFs, mas cria um sistema de crédito virtual que, na avaliação de Brandão, é ineficiente. (Agência Câmara, 15/09)