Energia solar ganha espaço em função de tecnologias mais baratas e economia comprovada
2005-09-16
O bolso de muitos brasileiros sofre na hora de pagar a conta de luz. Some-se
a isso a crise energética ocorrida em 2001, e fica explicado o porquê de
fontes alternativas de energia estarem ganhando espaço, a exemplo da obtida
a partir do sol, pouco difundida no país até um passado recente. A energia
solar é limpa, inesgotável e gera menos gastos para quem opta por ela.
Ela pode ser utilizada de duas maneiras. Um arquiteto, ao projetar um
ambiente que aproveite o máximo de luz, se vale do sol de maneira passiva.
Ativamente, a energia pode ser aproveitada tanto para geração de energia
elétrica – uma alternativa cara e pouco usual – quanto para o aquecimento
hidrosanitário e para pré-aquecimento industrial, por exemplo.
O tipo de aquecedor mais utilizado é o de coletores solares planos,
dispostos no teto de residências e até de hotéis e hospitais. O sistema pode
ser instalado para aquecer inclusive piscinas e representa uma economia de
65 a 70% ao ano em regiões como Curitiba, no Paraná. Segundo Leonardo
Cardoso, engenheiro de aplicação de uma empresa de aquecedores solares, o
retorno do investimento num sistema de aquecimento solar varia em função do
tamanho e da quantidade de coletores utilizados.
— Estipulo um período de
dois a cinco anos. É considerado viável, visto que o produto tem vida útil
de 25 anos. Pagar um investimento em um quinto desse tempo é um excelente
negócio-, assegura.
Cardoso explica que existem outros dois tipos de aquecedores movidos com a
energia do sol. — Há o chamado coletor solar parabólico, que, como o nome já
diz, é uma parábola espelhada por dentro, com uma tubulação em seu interior.
Este tipo de aquecedor chega a elevadas temperaturas, como 100 graus
Celsius-, afirma. O engenheiro complementa que estes produtos são mais caros
e possuem aplicação específica para processos industriais.
A indústria nacional de aquecedores solares evoluiu muito nos últimos anos.
De acordo com Cardoso, anteriormente, o produto era visto como artigo de
luxo. Porém, com o passar dos anos, as empresas do setor foram se
fortificando e os preços, diminuindo. Atualmente, o artigo está sendo
utilizado em residências e empresas por todo país e há tecnologias avançadas
na fabricação dos coletores solares.
A energia solar poderia ser uma alternativa interessante para as populações
mais pobres do Brasil. Porém, na opinião de Cardoso, falta incentivo do
governo para a aquisição de aparelhos para a captura dos raios. —Existem
aparelhos passíveis de serem adquiridos por essas pessoas. Além disso, o
consumo de energia para aquecimento da água varia de 70 a 80% do gasto
energético mensal dessas famílias-, diz.
(AmbienteBrasil, 14/09/2005)