Cientista analisa pedras do Central Park para estudar efeitos climáticos
2005-09-16
Em algum ponto do tempo, há cerca de 18 mil anos, as formações glaciais começaram a morrer. Acontece que a chamada deglaciação – o termo mais correto seria o fim da era do gelo – é um mistério climatológico muito antigo. E, numa recente tarde, como um detetive de homicídios tentando esclarecer um caso muito antigo, o geoquímico Joerg Schaefer comelou a capturar pequenos pedaços de quartzo do Central Park e a guardá-los em sua mochila.
O que, então, matou as formações glaciais e quanto tempo elas levaram para desaparecer? –Nós realmente não sabemos–, afirma o Dr. Schaefer, pesquisador do Observatório Lamont-Doherty Earth da Universidade de Columbia. Embora sua questão metódica apenas interesse a alguns geólogos, pode trazer uma nova luz no esclarecimento do fenômeno controverso do aquecimento global, o qual tem perseguido as formações glaciais planeta afora, levando Nova Orleans a tornar-se um dos piores casos de enchentes no mundo, nas últimas semanas.
Segundo Schaefer, a região de Nova Iorque era coberta por crostas cristalinas de água congelada, conhecidas como lâminas de gelo Laurentide. Essas lâminas esculpiram o terreno na área metropolitana, e seu aquecimento levou ao transporte de sedimentos de rochas que criaram partes de Long Island, Connecticut e Nova Jersey, incluindo barreiras na costa das ilhas. Por isto, –as pedras de Nova Iorque são um arquivo climático–, assinala o pesquisador. (NY Times, 14/9)