FÁBRICA É CONDENADA POR CRIME AMBIENTAL
2001-09-12
O efeito dominó da contaminação do solo e da água em Cidade dos Meninos se repete em Paulínia, no interior paulista, onde mais da metade dos habitantes de um condomínio foi infectada por agrotóxicos produzidos pela Shell Química. A Companhia Mercantil e Industrial Ingá, no Rio de Janeiro, foi condenada por crime ambiental, sem direito a recurso. Dona de uma fábrica de tratamento de chapas metálicas com zinco em Itaguaí, às margens da Baía de Sepetiba, a Ingá é tachada pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente como a maior poluidora da história da região. Durante 30 anos, despejou zinco e cádmio na água, matando milhares de peixes e mariscos e dizimando a pesca na região. Impregnou 2 milhões de metros cúbicos de terra, o equivalente a 800 piscinas olímpicas repletas de resíduos tóxicos. A empresa é obrigada a recuperar a área atingida, operação estimada em R$ 15 milhões. Mas faliu em 1998, com uma dívida de R$ 140 milhões. Os donos da companhia guardaram os lucros e agora estão socializando o prejuízo, pois querem que o Estado pague pela sujeira que fizeram.(Época/46, 10/09)