O anúncio da relocalização do aeroporto de Caxias do Sul em Vila Oliva, na divisa com Gramado, deixou em alerta as autoridades e lideranças políticas da região com relação à possibilidade de não sair do papel o aeroporto regional das Hortênsias, na Linha Tubiana, em Canela. — Um aeroporto não inviabiliza o outro. Os dois projetos serão executados-, garantiu ao Jornal de Gramado, terça-feira, o diretor do Departamento Aeroportuário do Estado, Fernando Bizarro.

Segundo ele, os dois aeroportos têm características e finalidades diferentes. Enquanto que o de Canela é para vôos charter (ponto a ponto, definiu ele) e para o desenvolvimento do turismo, o de Caxias do Sul deve priorizar o transporte de passageiros e grandes cargas. Além disso, a execução dos dois projetos se dará em tempos diferentes. O de Canela já têm área definida e desapropriada, enquanto que o de Caxias apenas foi definida a localização do empreendimento.

CONSTRUIR OS DOIS - Bizarro garantiu, ainda, que não existe a possibilidade de um dos dois aeroportos não ser construído. Segundo ele, o Plano Aeroviário do Rio Grande do Sul, elaborado em 2003 pelo Departamento de Aviação Civil do Ministério da Aeronáutica, prevê a construção dos dois aeroportos. — Além disso, o próprio governador Germano Rigotto tem se empenhado para que as duas obras saiam. Ele definiu o aeroporto da Região das Hortênsias como prioridade. E sempre que conversamos, tem me cobrado o assunto-, afirmou.

Segundo Bizarro, o atual aeroporto de Caxias do Sul foi construído em 1988 e tinha uma previsão de utilização de 20 anos (até 2008). Atualmente, aquele equipamento está com sua capacidade de operação limitada. — Não tem condições de transportar a carga exigida pela indústria da região Nordeste-, afirmou ele. Citou ainda que hoje existem três companhias aéreas operando naquele aeroporto, com capacidade de transporte de passageiros também limitada.

EIXO DA PISTA

O projeto do novo aeroporto de Caxias do Sul é de médio prazo. Até agora foi cumprida apenas a primeira etapa, que é a definição do local, em Vila Oliva. Agora serão definidas questões como o eixo da pista, o polígono da área e a sua localização exata (totalizando mais de 420 hectares), além de proceder o licenciamento ambiental.

Com a definição da área, será expedido o decreto de utilidade pública para fins de desapropriação, pela Prefeitura de Caxias do Sul, objetivando a preservação do local do crescimento urbano através de leis municipais próprias.

Numa segunda etapa, de acordo com Bizarro, será feita um estudo de viabilidade econômica e de engenharia financeira (definição da origem dos recursos para a execução da obra). — Esta segunda etapa não deve começar antes de 2007, salientou o diretor do DAE. Os aeroportos de Canela e Vila Oliva terão uma distância de 25 quilômetros (em linha reta) um do outro. Essa proximidade não será impecilho. — Isso deve motivar um tratamento especial no tráfego aéreo. Talvez um controle único para os dois aeroportos-, afirmou ele. (Jornal de Gramado, 14/9)