Alagamentos em Santa Cruz seriam piores pelo uso incorreto do solo
2005-09-14
O levantamento feito por todas as secretarias envolvidas no atendimento à população atingida pelos alagamentos do final de semana está sendo encaminhado à equipe que coordena a revisão do Plano Diretor Ubano de Santa Cruz. O trabalho está sendo iniciado na Secretaria de Planejamento e Coordenação.
— Uma calamidade como a que ocorreu serve também como oportunidade de reflexão sobre a ocupação do solo urbano-, diz o secretário de Planejamento, Wilson Kniphoff da Cruz. Lembra que muitas vezes são negados pedidos de autorização para construções ou concessão de numeração para ligações de água e energia em locais que o Plano Diretor considera áreas de risco. — É essa não-autorização, contra a qual às vezes as pessoas reclamam, que acaba evitando um número maior de situações desesperadoras-, completa.
Segundo ele, é uma constatação clara o fato de que muitas das famílias atingidas moram de forma clandestina em locais de preservação permanente ou outras áreas de risco, ou então são vítimas de intervenções indevidas por parte de terceiros.
A Prefeitura está elaborando um projeto a ser encaminhado ao Ministério das Cidades buscando recursos do programa Saneamento para Todos. Está prevista a distribuição de 700 lotes, com infra-estrutura de água, luz e esgoto sanitário, para reassentamento de famílias que residem em áreas com risco de deslizamento ou inundação. O projeto será encaminhado ainda em setembro, e a expectativa é de definição até o final do ano. (Gazeta do Sul, 13/9)