Brasil lança primeiro pregão de carbono na América Latina
2005-09-13
O Brasil terá o primeiro pregão de créditos de carbono dentre os países latino-americanos. No dia 15 de setembro, às 9h, será lançado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro o Banco de Projetos de Redução de Emissões do mercado brasileiro de carbono, numa parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Este é o primeiro passo para a instalação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões, MBRE.
Com o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões, quem se esforça para não poluir terá a chance de capitalizar esta iniciativa, vendendo o crédito associado às suas reduções para outros países - governos ou empresas - que precisem atender sua meta de diminuição de emissão de gases de efeito estufa, conforme determinou o Protocolo de Quioto.
O evento de lançamento do Banco de Projetos será marcado pela realização do Seminário Futuro e Sustentabilidade: Organizando o Mercado de Carbono no Brasil , no auditório da BVRJ. A iniciativa dá, também, continuidade ao projeto da Bolsa de Mercadorias & Futuros de concentrar na BVRJ os mercados organizados de energia e correlatos.
O Brasil se enquadra na cláusula de Quioto referente aos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Ou seja, a empresa situada em um país emergente, que não faz parte do rol de países que têm meta de redução, pode negociar seus créditos de carbono no mercado mundial com países industrializados que precisam desses créditos para cumprir suas cotas de reduções. Com essa negociação, além de reduzir as emissões globais dos gases que causam o efeito estufa, ganha-se mais uma alternativa rentável para atingir o desenvolvimento sustentável.
Com estas iniciativas, o Brasil passa a constituir uma referência no contexto das negociações de redução de emissões, em nível mundial. De acordo com projeções especializadas, o mercado mundial de redução de emissões poderá chegar a US$ 13 bilhões em 2007.
O banco de projetos é um sistema eletrônico que acolherá o registro dos projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, bem como mobilizará interesses de negócios no mercado ambiental de uma maneira eficiente e transparente. Neste banco de projetos, os investidores poderão divulgar suas intenções em adquirir créditos de carbono.
Segundo o Banco Mundial, o Brasil respondeu por 12% do volume total de projetos MDL negociados no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2004. E 13% do volume total negociado entre janeiro de 2004 e abril de 2005. Embora não existam metas oficiais de aumento da participação brasileira em projetos MDL, estudo do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República estima que a demanda por créditos de emissões, em 2012, seja de US$ 30 bilhões por ano e a futura participação brasileira fique em, no mínimo, 10% deste mercado. (Jornal do Brasil Online, 12/09)