Começam no dia 23, em Porto Alegre (RS), as reuniões públicas promovidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para debates sobre a proposta de resolução que definirá situações de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto para retirada de vegetação em áreas de preservação permanente (APPs). Os encontros acontecerão nas cinco regiões do País, e não serão deliberativos.

— Os debates servirão para esclarecer a população sobre porque o Conama está regulamentando o uso das APPs e preparar os conselheiros para a votação do tema - explicou Nilo Diniz, diretor do Conselho.

A realização das reuniões foi uma decisão do plenário do Conama, e acontece após a derrubada de uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que havia suspendido o direito do Ibama e de órgãos de meio ambiente de estados e municípios autorizarem a retirada de vegetação em APPs.

O Ministério do Meio Ambiente recorreu da decisão do Supremo, pois a medida havia paralisado o licenciamento de novos empreendimentos em áreas de preservação permanente no País, fazendo com que cada obra necessitasse de lei específica.

O Conama debate uma proposta de resolução sobre o uso das APPs desde 2001. Essa prerrogativa foi estabelecida em uma medida provisória que alterou o Código Florestal Brasileiro e determinou ao Conselho que estabelecesse situações especiais onde a vegetação pudesse ser removida nas áreas de preservação permanente. Margens de rios e lagos, nascentes, topos de morros, regiões muito inclinadas, mangues e dunas são exemplos de APPs, protegidas pela legislação federal desde 1965. Veja a data das audiências:

Sul: Porto Alegre (RS) - 23 de setembro, na Famurs
Norte: Belém (PA) - 27 de setembro
Sudeste: Belo Horizonte (MG) - 3 de outubro
Nordeste: Recife (PE) - 7 de outubro
Centro-Oeste: Goiânia (GO) - 10 de outubro
(Ministério do Meio Ambiente, 12/09)