Aquecimento global é o pior inimigo do homem
2005-09-13
Pavorosas secas na África, inundações na Europa Central e na Ásia, furacões no Caribe, tufões na Ásia. Cada vez são mias os cientistas que vêem a mão do homem por detrás de todas essas catástrofes. A mudança climática causada pelo aquecimento global do planeta pode ter boa parte da culpa.
O furacão Katrina pode ter sido um pesadelo que há anos temiam multidões de meteórologos: um furacão da mais alta categoria que tocaria a terra em uma zona altamente povoada e com edifícios construídos abaixo do nível do mar. A revista National Geographic já anunciava há mais de um ano que se poderia produzi uma situação assim em Nova Orleans – freqüentemente abatida por furacões–, mas nada pôde-se fazer para evitar o desastre. Os próprios cientistas asseguram que mesmo que a humanidade reagisse energicamente agora, não evitaria muitos danos.
Durante décadas, a atividade industrial dos países mais desenvolvidos resultou numa constante emissão de gases para a atmosfera, os quais provocam o aquecimento global do planeta, também conhecido como fenômeno estufa, sem que se tenha feito nada, praticamente, para frear seu impacto. Somente a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que obriga os países a reduzir a emissão desses gases contaminantes, pode melhorar a situação, embora quase todos os especialistas sustentem que enquanto os Estados Unidos – que emitem 25% dos gases contaminantes do planeta– não ratificar o acordo, pouco há a ser feito.
Ao mesmo tempo, a Espanha e boa parte da Europa vêm sofrendo há anos os verões mais quentes de que se recorda sua população, e ondas de frio polar são cada vez mais freqüentes em países mediterrâneo. Acima do Kilimanjaro e dos glaciais dos Pirineus, Alpes e Himalaia, ocorrem derretimentos: gigantescos fragmentos de gelo se desprendem dos pólos; as aves cada vez migram menos do que antes; aumenta o nível do mar; sobem as temperaturas médias do oceano e, segundo os cientistas, os problemas deste tipo apenas começaram. (El Mundo, 12/9)