Tempestade Ophelia deixa Carolina do Norte em estado de emergência
2005-09-13
O Estado da Carolina do Norte se prepara para ser atingido pela tempestade Ophelia, que perdeu força mas pode se fortalecer antes de atingir o continente, entre esta terça e esta quarta-feira.
Ophelia representa perigo devido à lentidão com que se desloca, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), com sede em Miami.
No início da tarde desta segunda-feira (!2/9), Ophelia perdeu força e se transformou em tempestade tropical, com ventos de até 112 quilômetros por hora, mas deve se tornar furacão novamente dentro de um ou dois dias, segundo o NHC.
No entanto, a expectativa é que Ophelia se torne uma furacão categoria 1 na escala Saffir-Simpson (que varia de 1 a 5). Furacões de categoria 1 pode causar a formação de ondas de até 1,5 metro de altura, inundar estradas costeiras e causar queda de árvores ou de energia elétrica, mas raramente causam danos estruturais.
Às 18h de Brasília, Ophelia estava 260 km ao sudeste de Charleston (Carolina do Sul) e 420 km ao sudoeste do Cabo Hatteras (Carolina do Norte), com ventos de 110 quilômetros por hora. O amplo raio de ventos da tempestade chega a 250 km a partir de seu centro.
A nova tempestade ameaça a costa do Estados Unidos apenas duas semanas depois que o furacão Katrina causou vasta destruição no sul dos EUA, em 29 de agosto, deixando mais de 500 mortos e 100 mil desabrigados nos Estados de Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida.
–Existe a desagradável possibilidade de que a tempestade permaneça junto à costa sudeste dos Estados Unidos durante cinco dias–, afirmou nesta segunda-feira Richard Pasch, meteorologista do NHC.Segundo o NHC, o perigo é que Ophelia se move lentamente, a 8 km/h, e seguirá sua trajetória para o noroeste, em direção à costa, aonde pode ganhar força novamente.
Desde sua formação, há menos de uma semana, Ophelia se enfraqueceu e fortaleceu alternadamente, mas agora se encontra sobre uma área da Corrente do Golfo, com águas quentes, o que pode facilitar seu fortalecimento, indicou o centro.
O governador da Carolina do Norte, Mike Easley, declarou estado de emergência no Estado, ordenou a mobilização de 200 guardas nacionais no leste do Estado e retiradas obrigatórias nas ilhas costeiras, cujo acesso é feito somente por via marítima.
–Ophelia é uma tempestade lenta, que pode trazer ventos de tempestade e furacão para nossa costa por três dias–, afirmou Easley nesta segunda-feira (12/9).
–Ventos desta magnitude podem trazer grandes falhas elétricas e danos. Peço a todos que tomem as precauções necessárias para manter suas famílias seguras–, acrescentou.
Easley disse ainda que foram mobilizadas equipes de resgate rápido em lanchas e helicópteros e abertos locais para armazenar alimentos, água, gelo e geradores elétricos, caso sejam necessários. –Há mantimentos suficientes para fornecer água e comida para 10 mil pessoas por dois dias–, afirmou.
Nesta segunda-feira, no condado de Brunswick, ao sul, na fronteira com a Carolina do Sul, o governo recomendou retiradas voluntárias, escolas foram fechadas e os primeiros abrigos foram abertos.
Os Estados da Carolina do Sul e do Norte também deixaram de receber desabrigados do furacão Katrina e mais de 700 foram transportados de avião da costa da Carolina do Sul para cidades do interior, como Columbia e Greenville, afirmou Chris Drummond, porta-voz do governador Mark Sanford.
O NHC emitiu um aviso de tempestade e vigilância de furacão desde Edisto Beach, na Carolina do Sul, até o Cabo Lookout, na Carolina do Norte, e advertiu que o alerta poderia se estender mais ao norte no decorrer do dia.
Um aviso significa que os efeitos do furacão devem ser sentidos em 24 horas e uma vigilância se estende até 36 horas.
As costas do sudeste da Carolina do Norte já experimentavam fortes ventos na tarde desta segunda-feira, que devem se intensificar durante a noite e alcançar intensidade de furacão a partir desta terça-feira, segundo o Serviço Meteorológico Nacional na cidade de Wilmington (sudeste).
Ophelia é a 15ª tempestade do ano no Atlântico e foi o sétimo furacão. A região entrou, em 1º de setembro passado, em sua etapa mais perigosa, por ser a época do ano em que mais tormentas se formam.