As três estiagens ocorridas nos últimos cinco anos na região Oeste de Santa Catarina obrigaram os produtores de suínos, aves e bovinos a rever a expansão de suas atividades. Devido ao alto consumo de água, que chega a 10 mil litros por aviário, prefeituras tiveram de atender agricultores que não tinham mais como abastecer suas propriedades.

De acordo com a coordenadora do Fórum das Águas Iberê, Silvia Valdez, é preciso fazer um zoneamento de acordo com a disponibilidade de água da região.

O fórum terminou neste sábado (10) em Chapecó e debateu ações para proteger os recursos hídricos da região.

O Iberê é um consórcio que envolve 20 instituições e 200 voluntários de Chapecó e seis municípios vizinhos.

Segundo a coordenadora, além do grande consumo das criações, há a poluição pelos efluentes das atividades agropecuárias, industriais e do esgoto doméstico. O maior problema é a falta de tratamento adequado.

Uma das propostas sugeridas é criar áreas de preservação ambiental com plano diretor de uso, compatível com as atividades econômicas, mas com medidas de proteção de nascentes e rios.

O sargento Gelson Menoncin, do 8º Pelotão de Polícia Ambiental, disse que é grande o número de registros de ocorrência nas áreas de proteção, que são de 30 metros da margem para rios com até 10 metros de largura e 50 metros de nascentes.

Das cerca de 400 ocorrências atendidas pelo pelotão em 2004, 42% eram de desmatamento e mais de 50%, em área de preservação ambiental.

Segundo o sargento, os termos de ajustamento de conduta da suinocultura e piscicultura, propostos pelo Ministério Público, estão ajudando a recuperar parte do estrago.

O gerente de outorgas da Agência Nacional das Águas (ANA), Luciano Meneses da Silva, que esteve hoje em Chapecó, afirmou que o uso dos mananciais precisa ser controlado.

A outorga para o uso dos rios estaduais é das Secretarias de Desenvolvimento Sustentável, enquanto rios da União, como o Rio Uruguai, são de responsabilidade da ANA. (Diário Catarinense, 09/09)