Toneladas de peixes morrem na Lagoa de Marapendi
2005-09-12
A baixa circulação e a conseqüente falta de renovação de água, associada a uma frente fria, provocaram ontem (08/09) uma súbita mortandade de peixes na Lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, explicou a Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla). Até as 17 horas, de acordo com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), quatro toneladas de peixes, principalmente savelhas, haviam sido removidas. Ontem, 14 homens e 2 embarcações trabalhavam na limpeza. Hoje, eles terão o reforço de um barco e seis outros garis.
— O acúmulo da matéria orgânica no fundo da lagoa, formada pelas algas quando morrem, sem a renovação das águas pútridas, é responsável pelo fenômeno da mortandade repentina - informou a Serla. Além das algas, há também matéria orgânica de origem humana.
A estagnação da lagoa, de acordo com a fundação, ocorre porque a água do mar entra em pequena quantidade e em baixa velocidade, pelo Canal da Joatinga. A água do mar se posiciona sobre uma camada estagnada de lama negra rica em matéria orgânica e sob a água menos salgada, cuja densidade é menor.
Com a estagnação, a camada de água mais salgada se torna rapidamente anaeróbica, isto é, sem oxigênio, e rica em gás sulfídrico, por causa da oxidação da matéria orgânica existente no fundo da lagoa. A entrada da frente fria, com ventos fortes, gerou ondas e correntes que revolveram a lama, liberando grande quantidade de nutrientes e a multiplicação de algas. À noite, o excesso de algas consome o oxigênio da água, o que provoca a morte dos peixes por asfixia. (O Estado de S. Paulo, 09/09)