Furacão Katrina complica planos da agência espacial dos EUA
2005-09-12
A passagem do furacão Katrina, que provocou grandes danos nos Estados de Louisiana, Mississippi e Alabama, adiou os planos da Nasa (Agência Espacial Norte-americana) de retomar as missões realizadas no espaço. O fenômeno deixou um rastro de morte e destruição, especialmente na Louisiana, onde a Nasa mantém duas importantes instalações.
–Estamos avaliando a situação. Os planos não foram modificados até o momento, mas fomos prejudicados pela passagem do furacão–, disse Catherine Trinidad, porta-voz da Nasa em Washington. Trinidad acrescentou que, até o momento, os danos sofridos pelas instalações da Nasa na Louisiana passam de US$ 1,1 bilhão. –Só teremos uma idéia exata do que foi perdido dentro de algumas semanas–, disse.
Centenas de funcionários da agência espacial na região de Michoud perderam suas casas. Em Stennis, também em Nova Orleans, cerca de 200 ficaram desabrigados. –Por sorte já sabemos que todos estão vivos. Estamos ajudando na medida do possível–, afirmou. Segundo Trinidad, o plano de enviar a nave Atlantis à ISS (Estação Espacial Internacional) em março continua em pé, apesar das dificuldades.
A rede de televisão ABC havia divulgado na quarta-feira (7/9) que, devido aos danos sofridos, a agência espacial havia decidido cancelar as missões espaciais para o próximo ano. –Não é assim. Logo que tivermos concluído nossas avaliações, tomaremos uma decisão–, afirmou Trinidad. Um dos principais problemas causados pelo furacão foi a interrupção nos trabalhos que se realizavam na plataforma Michoud Assembly, a cerca de 20 quilômetros de Nova Orleans. Lá se realizava o conserto dos tanques externos das naves, tarefa que deve ser concluída antes que se programe uma nova missão.
O furacão também provocou estragos na plataforma de Dennis, em Bay St. Louis, no estado do Mississippi, onde são testados os motores das naves.
Fontes da agência espacial disseram que é possível recorrer a outras plataformas, como o Centro Espacial Kennedy, na Flórida, para suprir as perdas causadas nas estações da Louisiana e Mississippi. (FSP, 11/9)