Governo dos EUA deve oferecer US$ 2.000 a famílias vítimas do Katrina
2005-09-09
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta quinta-feira (8/9) que o governo americano deve fazer todos os esforços para fornecer uma ajuda imediata de US$ 2.000 para as famílias atingidas pela passagem do Katrina. O presidente anunciou as novas medidas enquanto o Congresso se apressava para aprovar um pacote de US$ 51,8 bilhões para a ajuda de emergência para as vítimas do furacão.
Na semana passada, ambas as câmaras aprovaram a liberação de US$ 10,5 bilhões. A maioria da verba foi destinada à Agência Federal de Administração de Emergências (FEMA, na sigla em inglês), muito criticada devido à sua lenta resposta ao desastre natural. São centenas de milhares de desabrigados, e a FEMA consome o dinheiro rapidamente, por isso, legisladores acreditam que nas próximas semanas haverá mais solicitações de verbas da Casa Branca.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, afirmou que o plano de Bush deve cobrir não apenas a distribuição imediata de US$ 2.000 para cada uma das famílias obrigadas a se retirar de suas casas nos Estados da Louisiana e do Mississippi, mas outros benefícios federais, como ajuda médica, comida e seguro-desemprego.
A Casa Branca não informou de imediato como será feito o controle dos beneficiários.
O pedido de Bush por US$ 51,8 bilhões em fundos deve ser aprovado pelo Congresso, embora muitos legisladores tenham afirmado ser contra os planos da administração de Bush de reverter os fundos bilionários para a criticada FEMA.
Funcionários do governo afirmaram que o dinheiro deveria estar disponível até o fim do dia. Um membro do governo disse que os custos diários são de US$ 2 bilhões desde que o Katrina atingiu a região da costa do Golfo, no último dia 29, espalhando destruição e deixando 80% da cidade de Nova Orleans (Lousiana) debaixo da água.
Bush também enviou o vice-presidente, Dick Cheney, para a região atingida e se reuniu na Casa Branca com líderes republicanos do Congresso, em uma tentativa de combater as intensas críticas à lentidão da resposta do governo à tragédia.
O presidente designou a sexta-feira da próxima semana, dia 16, como um dia de orações em memória das pessoas mortas na passagem do furacão pela costa do Golfo do México.
No Congresso, líderes democratas afirmaram que pretendiam boicotar a proposta da formação de um comitê liderado pelos republicanos para investigar a resposta do governo de Bush ao Katrina.
–Eu não acredito que o comitê proposto por Dennis Hastert [presidente da Câmara dos Representantes] e pelo senador [Bill] Frist seja o melhor para os interesses do povo americano–, afirmou o líder democrata no Senado, Harry, Reid, de Nevada.
O republicano Dennis Hastert, de Illinois, e o senador Bill Frist, do Tennessee, são os líderes do Partido Republicano, que representa a maioria.
–Há um padrão nesta administração de negar informações, particularmente no que diz respeito a pedidos dos democratas–, afirmou o senador Carl Levin. –Se o comitê vier do Congresso, ele deve permitir que tanto a maioria quanto a minoria possam obter documentos e exercer poder–, acrescentou. –Nós iremos a fundo nessa questão em uma investigação no Congresso–, afirmou o senador Frist, um dos que propôs a organização do comitê. Segundo ele, as falhas na resposta ao Katrina ocorreram em níveis local, estadual e federal. (FSP, 8/9)