Lixo nuclear torna usinas inviáveis, aponta ambientalista
2005-09-08
O resíduo nuclear ainda é uma questão não resolvida após décadas de pesquisa tecnológica, alerta Margarida Oliveira, diretora da Associação Ambiental Defensores da Terra.
— O lixo tóxico tem um alto poder radioativo que se mantém altamente nocivo por milhões de anos - diz. Para Margarida, esse risco inviabiliza o desenvolvimento do Programa Nuclear do país. — Se o Brasil continuar investindo nesse programa, ele estará promovendo algo que põe em risco as futuras gerações.
A ambientalista acredita que a matriz energética brasileira poderia ser ampliada sem a utilização de usinas nucleares. Margarida defende fontes alternativas, como a solar, a eólica – produzida pelo movimento de motores com o vento – e a biomassa – produzida a partir de organismos biológicos. Para a diretora da Associação Ambiental, a implantação do Programa Nuclear Brasileiro utiliza uma tecnologia obsoleta e custa muito caro ao País.
A revisão do Programa Nuclear prevê investimento de US$ 13 bilhões até 2022 para a conclusão da usina Angra 3, além de outras duas unidades nucleares de grande porte e quatro de pequeno porte. A revisão do programa já está pronta e na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi dada segunda-feira (5) à Agência Brasil, pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Oldair Gonçalves. (Estado de Minas, 07/09)