O programa nuclear brasileiro será reformulado e o novo projeto deve ser anunciado em dezembro, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Até lá, o governo vai decidir se conclui a usina de Angra 3 e se parte ou não para a ampliação do sistema energético com a construção de mais usinas em outras regiões. Atualmente, Angra 1 e Angra 2 são responsáveis pela geração de 4,3% da energia utilizada no país.

— Nosso programa atual não condiz mais com a realidade do Brasil e por isso faremos a reformulação. A partir das decisões políticas que forem tomadas, vamos definir que recursos vamos precisar - disse o ministro, durante a posse do novo presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Roberto Garcia Esteves, ontem no Rio.

O ministro ressaltou, no entanto, que a remodelação do programa nuclear brasileiro será feita exclusivamente para fins pacíficos e que por isso terá o respaldo internacional. No ano passado, a Agência Internacional de Energia Atômica autorizou o governo brasileiro a produzir em escala comercial urânio enriquecido na fábrica da INB, em Resende.

— Vamos acelerar a produção de urânio enriquecido em Resende para, numa primeira fase, dependermos menos de importações e, depois, nos tornarmos exportadores. A partir de janeiro, a produção em Resende começará a ser ampliada. Isso é fundamental para os futuros planos do Brasil para este setor - contou. (O Globo, 06/09)