Água contaminada na passagem do Katrina mata três pessoas
2005-09-08
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira (7/9) que três pessoas morreram em razão da água contaminada durante a passagem do furacão Katrina, mas afirmou que isso não representa uma epidemia. Os pacientes estavam infectados com uma bactéria chamada vibrio vulnificus, relacionada à bactéria que causa cólera e normalmente é encontrada no golfo do México.
Inicialmente, o centro havia informado que cinco pessoas tinham morrido, mas a diretora do órgão Julie Gerberding disse que três pessoas morreram e uma estava doente por causa da contaminação da água.
–Há um no Texas e três ou quatro no Estado do Mississippi que foram confirmados pelos autoridades de saúde e dos governos e informados a nós–, disse Tom Skinner, porta-voz do centro. Muitas vítimas do furacão provenientes da Lousiana foram removidas para cidades do Texas.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos não confirmou a causa das mortes, mas afirmou que se apoiava nos informes das autoridades sanitárias estaduais. –Isso não representa uma epidemia–, afirmou a diretora do órgão. –Não é transmitido de pessoa a pessoa–, acrescentou.
–Pessoas que estão com sua imunidade comprometida podem desenvolver muitas doenças de bactérias como essa. Nós observamos casos de tempos em tempos por todo o litoral [do Golfo do México]–, destacou a diretora.
A Agência de Proteção do Ambiente dos EUA confirmou nesta quarta-feira o alto nível de contaminação da água de Nova Orleans e pediu às pessoas que não se aproximem de jeito nenhum da água --60% da cidade continua invadida pelas enchentes que devastaram a região após o furacão Katrina.–O contato com a água deve ser evitado ao máximo–, disse Stephen L. Johnson, diretor do órgão. Nos primeiros testes foram encontrados elevadas quantidades de chumbo, um risco principalmente para crianças.
Os moradores têm sido alertados desde a chegada do Katrina a não beber a água da região. Testes da Agência de Proteção do Ambiente demonstram que o contato com a pele também pode ser perigoso. –Os níveis de bactérias escherichia coli [presentes nas fezes humanas e de animais] na água são muitos superiores aos recomendados pela agência–, afirmou Johnson em uma entrevista coletiva. (FSP, 7/9)