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2005-09-08
Segundo o ministério brasileiro do Meio Ambiente, dos países do antigo G7, somente a Alemanha contribuiu de forma significativa para projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia após acordo assinado na ECO-92. Representantes do Brasil participaram nesta terça-feira (6/9), em Berlim, da reunião anual do Conselho Alemão de Desenvolvimento Sustentável para discutir temas como o uso da água, a criação de alternativas à dependência do petróleo e a luta contra a aids na África.

O secretário de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Gilney Amorim Viana, representou o governo brasileiro no evento. Em entrevista à DW-WORLD, ele falou sobre a ajuda alemã a projetos de desenvolvimento sustentável para comunidades que vivem na Amazônia e sobre a importância do engajamento de órgãos oficiais, ONGs e da sociedade na criação de políticas ambientalmente corretas. Segundo o ministério brasileiro do Meio Ambiente, dos países do G 7 somente a Alemanha contribuiu de forma significativa para projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia após acordo assinado na ECO-92. DW-WORLD: Quais são os principais pontos da política de desenvolvimento sustentável no Brasil?

Gilney Amorim Viana: É importante que todas as esferas de governo, e não somente o Ministério do Meio Ambiente, trabalhem sob a perspectiva da sustentabilidade. E é preciso que sociedade, governo e grupos que promovem a consciência ambiental, como as ONGs, trabalhem juntas neste processo.

Existe consciência ambiental na sociedade brasileira?

Sim. Um bom exemplo são os catadores de papel, eles são de importância vital para a sustentabilidade do Brasil nas grandes cidades. Agora está começando um movimento de profissionais que querem separar pilhas e cartuchos de impressoras, que são materiais altamente poluentes, para a reciclagem. É um movimento que vai se espalhando aos poucos.

E o que o governo está fazendo para envolver mais pessoas neste processo?

A experiência brasileira é bem-sucedida com a Conferência Nacional de Meio Ambiente, que entra em sua segunda edição este ano. Os Estados fazem conferências regionais, envolvendo entidades públicas e privadas, e apresentam resultados em uma rodada nacional. A Conferência também tem um caráter educativo, com distribuição de materiais e promoção de debates nas escolas públicas de todo o país.

No ano passado, 8 milhões de crianças participaram, número que vai crescer para pelo menos 16 milhões neste ano. Temos uma incrível demanda por material. Fizemos um livreto sobre desenvolvimento sustentável, mas a edição de 20 mil exemplares esgotou muito rápido. E também estamos criando um selo de ecoeficiência do Brasil para ser colado em produtos.

Mas já dá para dizer que o Brasil tem uma consciência ambiental desenvolvida?

Não. É claro que há dados positivos, bons indicativos, mas no balanço geral estamos mal. Mesmo na esfera do governo, o diálogo das outras áreas com o Ministério do Meio Ambiente está em fase inicial. As empresas que praticam algum tipo de política sustentável ainda não olham o ciclo de produção completo, não fiscalizam como a matéria-prima é obtida.

No Norte e no Centro-Oeste, a destruição da Amazônia e do cerrado ainda é escandalosa. Mas há dados positivos: no ano passado, foram derrubados 26.300 quilômetros quadrados da Amazônia; neste ano, fizemos um esforço incrível e este número vai cair para 16.000 quilômetros quadrados.

E a criação de projetos que incentive os povos da região amazônica a tirar seu sustento da floresta? Eles funcionam?

Sim, este é o caminho. Fazer a exploração econômica da floresta sem derrubá-la, com estratégias sustentáveis. Ninguém nunca falou que a floresta não pode dar frutos econômicos, que não se pode extrair madeira e outros produtos. O problema é a maneira como a exploração é feita, o fato de os ciclos naturais não serem respeitados.

E a desorganizada expansão da fronteira agrícola? Ela contribui muito para o agravamento dos problemas ambientais na Amazônia?

Sim. Há de se considerar que as pessoas que migraram para o Norte e o Centro-Oeste do Brasil vieram do Sul, já haviam destruído muito por lá, onde não tinham o hábito de preservar. E a baixa presença do Estado nessas regiões só fez agravar o problema. A ocupação nessa área é muito predatória. O governo está tentando se equipar para amenizar o problema.

E a cooperação entre Brasil e Alemanha para o desenvolvimento sustentável? Ela é forte?

Sim, entre os países do G-7, a Alemanha foi o que mais contribuiu para projetos de proteção ambiental no Brasil, especialmente no que se refere à Amazônia e à Mata Atlântica. A Alemanha é o principal contribuinte do Projeto Piloto para a Proteção das Florestas Ambientais, apelidado de PPG7.

Na ECO-92, os países mais ricos do mundo prometeram ajuda financeira para a promoção de atividades sustentáveis, para ajudar seringueiros, catadores de côco, indígenas, pescadores, entre outros grupos de pessoas que precisavam de vigilância e auxílio ambiental em suas atividades econômicas. Nos últimos 13 anos, foram repassados cerca de 300 milhões de dólares, apenas uma parte do valor prometido. A maior parte deste dinheiro veio da Alemanha.

E o grupo BRICS+G, que reuniu Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e Alemanha para discutir desenvolvimento sustentável? Parece um grupo de países em desenvolvimento com problemas parecidos com o do Brasil.

Todos esses países têm um longo caminho a percorrer no que se refere ao desenvolvimento sustentável. Estão, naturalmente, muito atrás da Alemanha. Mas todos têm recursos naturais importantes, diversidade cultural e serão vitais para a economia mundial em um futuro próximo.

É um grupo importante, que não pode ser ignorado. Esses países estão lutando para diminuir a destruição ambiental. Discutir esse assunto é importante para toda a humanidade. Por isso, já decidimos que o BRICS+G vai voltar a se encontrar no ano que vem. (FSP/Deutsche Welle, 7/9)

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