Bioenergia é a oportunidade para o Rio Grande do Sul
2005-09-05
O Rio Grande do Sul, que ainda tem sua economia fortemente dependente do setor primário, poderá ganhar novas oportunidades de desenvolvimento sobre dois produtos agrícolas que não são novos no Estado, mas cuja produção nunca foi incentivada: a mamoma e a cana-de-açúcar. A fome mundial por combustíveis alternativos ao petróleo, o preço internacional do barril, que anda pelas nuvens, acima de US$ 60, e as novas tecnologias transformaram a bioenergia na grande solução.
O RS tem malhas em seu território favoráveis ao plantio de cana-de-açúcar e produção de álcool (Alto Uruguai e Região Central) e possui o melhor índice de produtividade para a mamona em quase todos os seus microclimas. Como o Governo Federal está disposto a incentivar a produção de álcool de cana e do biodiesel a partir da mamona, a chance é excelente para quem quiser investir nas duas culturas. O presidente Lula chegou a comparar-se a Getúlio Vargas e a criação da Petrobras quando lançou o Programa da Mamona no nordeste!
É possível que, nesta semana, o governador Germano Rigotto autorize o funcionamento de um programa específico de desenvolvimento da bioenergia, visando não só tornar o Estado menos dependente de combustíveis trazidos de outras regiões do País mas, também, criando novas alternativas de desenvolvimento para a agricultura e a atividade industrial. O álcool que vem de fora gera muita despesa ao Estado.
Uma boa leitura é o livro O Inventor do Papel, de Janet Gleeson, publicado pela Rocco. Conta a história de John Law, o pouco conhecido inventor de algo muito conhecido, o papel-moeda, o dinheiro que substituiu o ouro e a prata no século XVIII. Custa R$ 39,50.
O consórcio de imóveis e automóveis Racon, do Grupo Randon, iniciou campanha nos três estados do Sul usando os tradicionais cofrinhos de guardar moedas. Mais de 10 mil cofrinhos serão distribuídos na campanha assinada pela Martins + Andrade. A intenção é atrair para a possibilidade de comprar terrenos ou moradias pagando de forma facilitada.
Os usos da soja estão ficando cada vez mais sofisticados. Agora, aparece como a nova revolução no tratamento da pele. Por ser a leguminosa que possui a mais equilibrada composição nutricional, oferece altas doses de proteínas (cerca de 40%), lipídios (cerca de 20%) e carboidratos (cerca de 30%). O Centro Mundial de Ciência e Tecnologia da Johnson & Johnson, que vem pesquisando ingredientes naturais há 10 anos, desenvolveu a tecnologia Total Soya, que garante a integridade total da soja, mesmo depois do processamento do grão, com eficiência comprovada na redução de manchas, homogeneização da tonalidade da pele e minimização da aparência dos pêlos. Essa inovação chegará ao mercado brasileiro este ano em produtos de várias marcas Johnson & Johnson de cuidado com a pele, incluindo cremes para o rosto, para o corpo e protetor solar.
O secretário do Desenvolvimento, Luis Roberto Andrade Ponte, informa que a idéia é incentivar a produção local de álcool, a partir da cana, e de óleo diesel, a ser obtido principalmente da industrialização da mamona. Trata-se de projeto que buscará desenvolver um novo setor produtivo, conjugando ações que vão desde o apoio ao plantio da cana e da oleaginosa, até a sua industrialização, abrangendo as áreas de pesquisa tecnológica (a Ufrgs tem excelente pesquisa sobre mamona), fomento agrícola e financiamento para a instalação de usinas, através da Caixa-RS. O programa tem tudo para dar certo diante do quadro de elevação dos preços do petróleo, somado ao incremento da demanda de álcool provocado pela produção de veículos bi-combustível. As dificuldades de abastecimento de gás natural também ajudarão.
Com relação ao diesel, a intenção é aproveitar as vantagens que o governo federal oferece para a sua produção a partir de matéria-prima vegetal. Lei de janeiro de 2005 estabelece que no máximo em três anos, o óleo diesel consumido no Brasil deverá conter no mínimo 2% de biodiesel e, no máximo em oito anos, o percentual exigido será de no mínimo 5%. Apenas para atender o percentual de 2%, será necessária uma área cultivada com oleaginosas de mais de 1 milhão de hectares. O Rio Grande do Sul terá de plantar entre 70 e 100 mil hectares e a preferência é pela mamona, já que o Estado apresenta a melhor produtividade nacional nesta cultura. (JC/Danilo Ucha, 5/9)